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Panorama do centro do Rio em gravura do início do século XVIII. Ao fundo, à direita, a igreja da Candelária (Crédito: Laurent Deroy/Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro)

Desde a expedição de 1500 e nos séculos seguintes, chegaram à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, além dos jesuítas, padres de diversas ordens religiosas, como a dos beneditinos (1589), que em 1590 fundou o Mosteiro de São Bento, a dos carmelitas (1590) e a dos franciscanos (1592). Para se sustentarem e exercerem a piedosa missão da difusão da fé católica junto à população, recebiam doações públicas e particulares. Esses donativos eram utilizados na construção de templos, que foram erguidos em grande número, deixando a paisagem carioca bastante associada à presença dessa arquitetura.

Quanto às casas urbanas contemporâneas dos engenhos, eram residências simples, térreas. Aos poucos, aumentavam sua fachada, abrindo portas para o comércio com acesso direto às ruas, objetivando a circulação da clientela. Tal atividade econômica se expandiu nas cidades litorâneas – como a de São Sebastião do Rio de Janeiro – responsáveis por acumular, negociar e escoar produtos, entre os quais açúcar, cachaça, farinha de mandioca, madeira, peixe salgado e óleo de iluminação. A praticidade era o ponto fundamental nessas construções, que, com o passar do tempo, se adaptavam ao clima e aos interesses dos seus moradores. Até idos de 1650, esse modelo permaneceu, atendendo às necessidades de uma colônia essencialmente rural.