20/03/2024
A MultiRio informa que o Processo Seletivo de Contratação para Cargos em Comissão 2024, Editais 001 a 005/2024, está temporariamente suspenso.
Notícias
19/03/2024
Até abril, acontece um primeiro ciclo de formações presenciais voltadas para os professores integradores no Colaboratório dos Ginásios Educacionais Tecnológicos (GET) com o tema da linguagem de programação.
Notícias
08/03/2024
Professores responsáveis pelos projetos de jornalismo estudantil em suas unidades escolares estiveram no primeiro encontro do ano da Agência de Notícias dos Alunos da Rede.
Notícias
26/03/2024
Estudantes entrevistaram delegadas do W20, secretária carioca e presidente do Comitê Rio G20 em cobertura de imprensa mirim relacionada à agenda do G20.
Releases
26/03/2024
Mesa de debates: "E agora, o que fazer? A importância de protocolos no cotidiano escolar"
2º Fórum de Prevenção às Violências na Escola (2024)
26/03/2024
Mesa de debates: “Prevenir é melhor que remediar: estratégias de prevenção às violências entre estudantes”.
2º Fórum de Prevenção às Violências na Escola (2024)
25/03/2024
Composto por mulheres voluntárias de diversos setores da sociedade civil, o W20 tem como objetivo elaborar recomendações para políticas públicas em prol do empoderamento econômico de mulheres.
Artigos
As diversas lutas instauradas nas províncias em prol da independência não podem ser resumidas apenas como um conflito entre brasileiros e portugueses. Os lusos até formavam um grupo relativamente coeso, mas o mesmo não se pode dizer dos brasileiros, pois havia entre eles inúmeras divisões ideológicas, políticas, sociais e étnicas.
Entre os brasileiros, existia não apenas cisões entre as elites locais e os indígenas, mas também entre brancos e negros. Segundo livro de João José dos Reis e Eduardo Silva (Negociacão e conflito: a resistência negra no Brasil escravista), os brancos ricos temiam que o processo de independência se transformasse em um movimento mais amplo, caso o discurso de liberdade e libertação do Brasil do jugo português atingisse as senzalas.
O medo do Haiti
De fato, desde a Revolução do Haiti – grande rebelião de escravos que levou a colônia francesa de São Domingos à independência no início do século XIX –, era permanente entre os escravocratas o temor de revoltas entre os negros. Os chamados crioulos (escravos nascidos no Brasil), por exemplo, consideravam-se brasileiros e reivindicavam liberdade. Até porque notícias sobre a Revolução Francesa e do Haiti já haviam chegado às senzalas.
Os portugueses valiam-se disso para justificar a necessidade de o Brasil se manter unido à antiga metrópole: “O mais fatal de todos os perigos é passar de senhor a escravo ou ter por senhores esses mesmos escravos africanos e negros”, publicou o jornal O Campeão Português, em 1822. Entre as elites brasileiras, a atitude, de forma geral, era a mesma de dona Maria Bárbara Garcez Pinto:
“A crioulada da Cachoeira fez requerimentos para serem livres [...] Estão tolos, mas à chicotada tratam-se", escreveu em carta ao marido, um dos representantes do Brasil nas Cortes portuguesas em Lisboa.
A Cachoeira a que dona Maria Bárbara se referia era a vila do Recôncavo Baiano onde haviam ocorrido alguns dos acontecimentos mais decisivos da guerra de independência da Bahia. Certamente, os escravos não reivindicavam a liberdade a partir do nada. Só para ter uma ideia do envolvimento deles, em 1822, portugueses e brasileiros viviam em clima de intolerância e era comum ver jovens negros baianos em confronto com os lusos da província.
Revoltas
A Constituição brasileira de 1824 não mudou o status de escravizado dos negros, represando a demanda por liberdade de uma fatia numerosa da sociedade brasileira. Nos últimos anos do século XVIII, lideranças negras já haviam sido condenadas à forca por seu envolvimento em uma conspiração, chamada de Revolta dos Búzios (ou dos Alfaiates, ou Conjuração Baiana), que almejava um governo republicano e a libertação dos escravos.
Em fevereiro de 1823, o militar Pedro da Silva Pedroso, um mestiço pardo que exercia forte liderança sobre soldados negros, levou o pânico para Recife e Olinda junto com suas tropas de gente de cor e a população marginalizada, numa agitação que assumia, segundo artigo de Wanderson de França, “feitio insurrecional” e que provocava “temores de uma revolução racial”.
A revolta foi sufocada após uma semana, mas, no ano seguinte, com forte participação dos negros, pardos e mestiços eclodiu a Confederação do Equador, um movimento que expunha um descontentamento profundo, que também atingia outras províncias do Norte e do Nordeste do Brasil.
Essas revoltas tomaram forma na década de 1830, como a Cabanagem, no Pará, a Balaiada, no Maranhão, e a Revolta dos Malês, na Bahia, rebelião de caráter estritamente racial, contra a escravidão e a imposição da religião católica, que ocorreu em Salvador, em janeiro de 1835
Após a Revolta dos Malês, parcela expressiva dos proprietários baianos se desfez dos escravos, alforriando-os ou vendendo-os para o Rio de Janeiro.