Entre os dias 13 e 22 de junho, o Riocentro, na Zona Oeste da capital carioca, será palco de celebração da educação e da cultura com a Bienal do Livro Rio 2025. O evento acontece em um contexto especial: este ano, o Rio de Janeiro é a Capital Mundial do Livro, título concedido pela UNESCO, que reforça o papel da cidade como centro de produção de literatura e promoção da leitura.
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Confira: Bienal do Livro 2025 | Programação Oficial
Uma Bienal pedagógica, interativa e inclusiva
Com o lema “Todos na mesma página”, a Bienal deste ano propõe uma programação ampliada e mais interativa: a proposta é transformar o evento em um “parque literário”, conceito chamado de Book Park, ou parque do livro. A ideia é proporcionar experiências imersivas, lúdicas e sensoriais capazes de transformar a relação do público – especialmente crianças, jovens e educadores – com a leitura.
Entre os destaques estão os “Labirintos de Histórias”, espaços temáticos que recriam universos ficcionais das séries “Corte de Espinhos e Rosas”, “Wicked”, “Covenant” e “Uma Janela Sombria”. Esses ambientes prometem uma imersão narrativa através de cenografia, trilhas sonoras e elementos visuais, onde visitantes podem literalmente caminhar entre corredores de páginas.
Outra novidade é a roda-gigante “Leitura nas Alturas”, que contará com 16 cabines temáticas inspiradas em obras populares como “Diário de um Banana”, “Percy Jackson”, “As Crônicas de Nárnia”, “Turma da Mônica” e “Alice no País das Maravilhas”. Além da vista panorâmica, a atração oferece áudios com trechos e ambientações sonoras de livros.
A programação também inclui espaços já conhecidos do público, como o Café Literário Pólen, que completa 25 anos de debates sobre literatura e sociedade; a Biblioteca Fantástica, voltada ao público infantil; o Curto-Circuito, com atrações para jovens; o Artists Alley, dedicado à cultura pop e HQs; e o Palco Apoteose Shell, com foco em literatura e audiovisual.
Educação, diversidade e tecnologia como pilares da programação
A curadoria deste ano prioriza temáticas ligadas à diversidade, ancestralidade, juventudes, meio ambiente, saúde e desenvolvimento socioemocional. Ao contemplar vozes plurais, de diferentes gêneros, estilos e origens, reúne alguns dos principais nomes da literatura contemporânea brasileira e internacional.
Entre os nomes brasileiros confirmados estão Ailton Krenak, Conceição Evaristo, Drauzio Varella, Elisa Lucinda, Itamar Vieira Junior, Leandro Karnal, Marcelo Rubens Paiva, Miriam Leitão, Pedro Bial e Tati Bernardi. Na programação internacional, um dos destaques é a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que abre o evento em uma conversa com a atriz Thaís Araújo.
As atividades previstas na programação, como gincanas literárias, rodas de conversa, performances e oficinas, integram educação não formal e cultura de forma inovadora. Além disso, a Bienal reafirma seu compromisso com a formação de leitores e a valorização do livro como ferramenta de transformação social, oferecendo entrada gratuita ou com desconto para professores, bibliotecários e estudantes.
A tecnologia também tem papel central no evento. O aplicativo oficial da Bienal, disponível para Android e iOS, permite montar agendas personalizadas, explorar o mapa do evento, acessar a programação e interagir com outros visitantes. Há também orientações sobre transporte, informações inclusivas e uma loja com itens, como camisetas, ecobags, cadernos e outros produtos relacionados ao universo dos livros.
Cultura do livro como política pública
A escolha do Rio como Capital Mundial do Livro não apenas reforça o papel da cidade como polo cultural, mas também coloca a leitura no centro das políticas públicas de desenvolvimento humano, social e educacional. A Bienal é um reflexo direto desse compromisso, incentivando o pensamento crítico, a escuta ativa e o letramento literário em larga escala.
A proposta de uma “comunidade literária viva” impulsiona novas formas de ensinar e aprender, em um espaço onde os leitores deixam de ser espectadores e tornam-se agentes da experiência. Como afirma a curadora Heloiza Daou, “a literatura na Bienal não está apenas nas estantes, mas no chão em que se pisa, nas cabines em que se entra, nas palavras que se escutam e nos encontros que se formam”.
Neste ano simbólico, a Bienal do Livro Rio celebra não apenas o livro, mas o leitor como sujeito ativo na construção de um futuro mais crítico, sensível e conectado à cultura. Uma oportunidade rara de reunir autores, educadores e leitores em um mesmo espaço – e na mesma página.
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