A cultura digital foi tema da primeira palestra do dia, no seminário A Escola, as Mídias e a Cultura Digital, que está acontecendo nas dependências do Sesc Flamengo, no Rio de Janeiro, em comemoração aos 20 anos da MultiRio. Para aprofundar a polêmica e atual questão, a Empresa convidou Francisco Coelho dos Santos, doutor em Sociologia pela Universidade René Descartes, Paris V – Sorbonne, e professor associado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao Departamento de Sociologia e Antropologia. O evento é destinado a professores da Rede e especialistas em Comunicação e Educação.
O professor Santos começou sua participação falando sobre as diferenças entre web 1.0 e a web 2.0 – a chamada web de relacionamento. Esta se caracteriza pela sociabilidade e pelas práticas relacionais, por meio das quais o jovem estabelece sua rede de relacionamentos. Por sua vez, a versão 1.0 é fundamentalmente instrumental, na qual a colaboração é implícita, técnica e anônima.
Segundo ele, a rede permite a atividade coletiva, envolvendo participação, cooperação e compartilhamento. Tudo movido à eficácia de conectividade. De acordo com o professor, a web 2.0 convida ao uso coletivo por meio da interatividade. Como exemplo, citou o fenômeno do crowdsourcing (busca na multidão).
Intitulando-se imigrante do ciberespaço, Santos falou a respeito do uso cotidiano, pelos jovens nativos da cultura digital, dos gadgets – as interfaces mágicas, em sua opinião. Para ele, a geração conectada às redes sociais amplia os limites da sociabilidade e reforça o laço social, pouco importando o conteúdo (se rico ou pobre) gerado por ela.
O palestrante enxerga as redes sociais como um lugar de expressiva singularidade e similaridade – “somos iguais, mas somos diferentes”. Atualmente, Santos desenvolve pesquisas que dizem respeito às repercussões socioculturais das tecnologias de informação e comunicação, com especial ênfase na incorporação das novas tecnologias, nas experiências sociais ligadas às culturas de rede e nas diversas manifestações da cibercultura.