Sou Andreia, professora da rede municipal de educação do Rio desde 2012. Trabalho no Ciep Deputado Carlos Brandão Monteiro (4ª CRE), na Penha, com turmas de 1° e 2° ano. Apaixonada por Educação desde pequena, iniciei como professora regente na rede particular logo após terminar o Normal no CE Heitor Lira em 1988. Muitos anos depois, concluí a graduação de Professor dos Anos Iniciais e de Educação Infantil e a pós-graduação em Psicopedagogia Institucional, ambas pela Universidade Cândido Mendes (Ucam). Também participei em 2013 da Formação Continuada de Professores do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).
Inserir a temática étnico-racial pela literatura infantil foi uma experiência rica e bastante significativa para os alunos e para mim, professora negra que, aos 53 anos, estou dando vozes e vez ao meu lugar em todos os espaços, entendendo nossa própria história.
Em cada ação foi possível abordar aceitação, ancestralidade, diversidade cultural, protagonismo, construção da autoestima e a importância de conhecer o outro e a si mesmo, com impacto significativo logo no segundo mês do projeto: várias crianças soltando os cabelos, ousando nas cores e penteados com tranças, valorizando seus traços físicos, encantando suas famílias que agora contam com orgulho a origem do nome dos pequenos e relembram seus antepassados. Uma atmosfera linda de viver e pertencer. Meses de reflexões nas rodas de leitura e intensa participação em todas as ações.
Já não são mais recebidas com silêncio as recorrentes críticas ao estilo de colegas, vocalizadas por algum aluno que ainda não percebeu sua potência no grupo. Meninas com cabelos curtos e mais crespos já não querem mais se sentar atrás da coleguinha com cabelos longos de curvatura mais aberta. Livros com estereótipos negativos já não são mais aceitos, assim como ser chamado pelo pejorativo "pão careca" não tem mais a conotação negativa de antes, porque agora para eles e elas estar “careca”, ou com os cabelos rentes, significa transição e empoderamento. África, para essa turma, é lugar de seus ancestrais, de reis e rainhas. Ouvir que a COP27 aconteceu no Egito já não é mais assunto estranho, porque as crianças sabem onde fica e conhecem curiosidades sobre o país.
A turma 1202 e o Ciep Brandão Monteiro terminam esse período com alunos ativos, críticos e reflexivos diante do cotidiano, articulando-se integralmente ao projeto político-pedagógico da UE.
Foi uma experiência rica e bastante significativa para os alunos e para mim, professora negra, que aos 53 anos está dando vozes e vez para o seu lugar em todos os espaços, entendendo a própria história através desse projeto.
Em cada ação foi possível abordar aceitação, ancestralidade, diversidade cultural, protagonismo, construção da autoestima e o conhecer o outro e a si mesmo. Com impacto significativo visível logo no segundo mês do projeto, pude perceber várias crianças soltando seus cabelos, ousando nas cores e penteados com tranças, valorizando seus traços físicos, encantando suas famílias que contam com orgulho a origem do nome de seus pequenos e relembram seus antepassados. Esses meses de reflexões nas rodas de leitura e intensa participação em todas as ações resultaram em mudança de atitudes ante algumas situações.