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A origem dos bairros da Baixada de Jacarepaguá
18 Novembro 2013 | Por Sandra Machado
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capelaNo fim do século XVI, o governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, doou a área que inclui a região de Jacarepaguá a seus dois filhos, depois que eles lhe apresentaram uma petição, alegando que os antigos sesmeiros não haviam tomado posse da terra num período de quase 30 anos. Gonçalo e Martim de Sá se tornaram os dois maiores latifundiários do Rio de Janeiro ao receberem toda a terra situada entre a restinga da Tijuca e Guaratiba no dia 9 de setembro de 1594, na região conhecida como Baixada de Jacarepaguá. 

Três anos depois, os direitos dos irmãos foram confirmados pelo rei Felipe I, de Portugal. Martim ficou com a área leste da lagoa de Camorim, onde foram construídos os engenhos da Tijuca, Nossa Senhora do Desterro e Nossa Senhora da Cabeça – que correspondem hoje às localidades de Itanhangá, Anil, Freguesia, Taquara, Cidade de Deus, Gardênia Azul e Barra da Tijuca.

A parte de Gonçalo de Sá estava situada a oeste de Camorim, até as terras dos padres da Companhia de Jesus, em Guaratiba, e incluía o que hoje se conhece por Vargem Grande, Vargem Pequena e Recreio dos Bandeirantes. A divisa entre as duas sesmarias estava entre a Pedra Branca e o Rio Pavuna, acompanhando seu curso até a foz, e dali em linha reta até o mar.

Como o pai, Martim Correia de Sá se dedicou à política e foi governador do Rio de Janeiro em dois períodos: de 1602 a 1608 e de 1623 a 1632. Ele precisou combater diversos ataques holandeses ao litoral da colônia. Da união com a espanhola Maria Correia de Sá e Benevides nasceram três filhos. O primogênito, Salvador Correia de Sá e Benevides, iniciou a dinastia dos viscondes de Asseca, de grande importância histórica na região.

Enquanto isso, Gonçalo ocupava a sua sesmaria: construiu o Engenho do Camorim e arrendou boa parte da sua propriedade. Assim, seus domínios se transformaram rapidamente em povoações, enquanto os de Martim até hoje têm uma predominância rural.

No local então denominado Pirapitingui, hoje Camorim – limite com as terras do irmão –, Gonçalo mandou construir, em 1625, uma capela em devoção a São Gonçalo do Amarante. Era uma maneira de demonstrar fé e conseguir prestígio na comunidade – e um recurso usado, também, por Martim de Sá, que encomendou uma capela para Nossa Senhora da Cabeça, protetora da capela do Engenho D’Água (hoje Gardênia Azul), sua principal propriedade em Jacarepaguá, a ser instalada na Igreja Matriz de São Sebastião, no Morro do Castelo, centro do Rio.

Na passagem do século XVII para o século XVIII, a Baixada de Jacarepaguá ficou conhecida como a “Planície dos Onze Engenhos”, dada sua intensiva produção açucareira, que incluía três propriedades dos beneditinos – em Camorim, Vargem Grande e Vargem Pequena –, a Fazenda da Taquara, a Fazenda do Engenho D’Água, o Engenho de Fora, o Engenho Novo (posteriormente Colônia Juliano Moreira), a Fazenda Rio Grande (depois Condomínio Passaredo), o Engenho da Serra (região da Serra dos Três Rios), o Engenho Velho da Taquara (atual Boiúna) e a Fazenda da Restinga (que deu origem à parte mais antiga da Barra da Tijuca). A partir do século XIX, a cultura do café, mais atraente no mercado internacional, viria a substituir aquela atividade. Nas imediações ficavam as estradas do Gabinal, do Capão (atual Tenente Coronel Muniz de Aragão) e da Banca da Velha (hoje Edgar Werneck).

 

 
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