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Aluna da Rede Municipal escreve carta para o cronista Luis Fernando Verissimo
19 Abril 2016 | Por Beatriz Calado*
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Olivia tem 10 anos e escreveu para Verissimo após descobrir que o ídolo estava doente (Crédito: Arquivo pessoal Erika Schmid)

Quando Olivia Schmid soube que o escritor Luis Fernando Verissimo estava internado, ela foi incentivada pela mãe a escrever uma cartinha desejando-lhe boa recuperação. No texto, além de torcer para que Verissimo voltasse logo para casa, a fã ainda pediu que o escritor redigisse um texto sobre pessoas que não gostam de acordar cedo, como é o caso da própria Olivia, de apenas 10 anos.

Após enviar a redação, esperava receber “apenas uma cartinha como resposta”, mas não foi isso que aconteceu. Como ela não colocou seu endereço, o escritor agradeceu publicamente, em sua coluna no jornal O Globo, o gesto de bondade da criança.

Quem avisou Olivia sobre o agradecimento foi uma prima, que acordou antes dela e leu a coluna no jornal. “Como eu não gosto de levantar cedo, nesse domingo só acordei às 11h, e todos da minha família já sabiam”, comentou a criança.

Olivia mora na Tijuca e estuda na E.M. Friedenreich (2ª CRE), no Maracanã, onde cursa, de manhã, o 5° ano do Ensino Fundamental. Ela conta que os amigos de sala também aprovaram sua atitude. “Alguns de meus colegas disseram que estavam orgulhosos de mim. Eles falaram que eu estava incentivando as crianças a escreverem.”

Carta que a menina enviou para o cronista (Crédito: Arquivo pessoal Erika Schmid)

Na escola, a disciplina de Língua Portuguesa está entre as preferidas

Olivia é aluna da Rede Municipal desde 2015, quando se transferiu de um colégio particular para a atual escola. Uma de suas matérias prediletas é Língua Portuguesa. “Eu gosto mais de produção e de interpretação de texto”, disse. 

Os mistérios do Universo e as curiosidades do mundo também cativaram a estudante, que elege a disciplina de Ciências como a segunda opção na lista de suas preferidas.

Este é o primeiro ano em que ela estuda de manhã e, até agora, ainda não conseguiu se acostumar à rotina de acordar às 6h e de ficar no colégio das 7h30 às 12h. “Seria bom estudar das 13h às 17h”, palpitando sobre o horário perfeito do colégio.

Paixão pelos livros

O amor pela leitura e pela escrita não foi espontâneo, mas incentivado pela mãe, Erika Schmid, e pelo pai, Gustav Schmid. Olivia teve dificuldades durante o processo de alfabetização, e a maneira que os pais encontraram para solucionar o problema foi estimular a leitura.

No começo, tentaram autores que eles leram na infância, mas o método não funcionou com a única filha do casal. Aos poucos, perceberam que ela gostava de histórias engraçadas e curtas. O caminho foi optar pelas crônicas. “Eu gosto muito das histórias do Luis Fernando Verissimo, da Ana Maria Machado, do Ziraldo e do Fernando Sabino, que foi o primeiro autor que li.”

Um dos textos de que mais gosta é Hora de Dormir, do próprio Sabino. A menina também coleciona livros de Luiz Fernando Verissimo, como Comédias para se Ler na Escola e O Gigolô das Palavras. Para escolher os livros que quer ler, ela frequenta todo sábado a Biblioteca do SESC Tijuca e também a de seu colégio.

Entre desenhos, bonecas e esportes

Como a maioria das crianças de sua faixa de idade, Olivia ainda não decidiu qual profissão quer seguir, mas ela dá algumas pistas sobre o que gostaria de fazer, no futuro. “Eu quero ser desenhista, escritora, cineasta, ou trabalhar com teatro. Mas não quero ser famosa. Apesar de todo mundo conhecer as pessoas famosas, elas trabalham muito.”

Enquanto a fase adulta não chega, brinca de bonecas, de bichinhos de pelúcia e desenha. Adora passear com as amigas, jogar videogame e assistir a desenhos animados on-line. Entre os escolhidos, estão Coralina e o Mundo Secreto e O Incrível Mundo de Gumball. De vez em quando, vê filmes com a mãe na TV, e gosta da série No Compasso da História, produzida pela MultiRio.

No contraturno escolar, Olivia frequenta, todas as terças e sextas, o Instituto Tear, onde assiste a aulas de leitura, de pintura, exerce a escrita e faz trabalhos na horta do local. Sua rotina inclui, ainda, aulas de natação e encontros no Núcleo Joana D’Arc, para crianças escoteiras.

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Campanha publicada no Facebook de Erika Schmid, mãe de Olivia (Crédito: Arquivo pessoal Erika Schmid)

Campanha na internet

Após a repercussão do texto que enviou ao Verissimo, Olivia escreveu outra cartinha, mas dessa vez para colocar no perfil da mãe no Facebook. Na redação, ela pede que os professores estimulem seus alunos a escrever para pessoas doentes internadas em hospitais. “Quanto mais gente escrever, mais gente lê e mais gente fica feliz”, disse a criança sobre a campanha.

 

 

* Beatriz Calado, estagiária, com supervisão de Regina Protasio.

 
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