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Em busca de uma ética para os mundos on-line e off-line
04 Outubro 2013 | Por Luís Alberto Prado
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Bernardo Toro, da Fundação Avina da Colômbia, foi o responsável pela primeira palestra do dia 4 de outubro, no seminário A Escola, as Mídias e a Cultura Digital, em comemoração aos 20 anos da MultiRio. O filósofo e mestre em Investigação e Tecnologias Educativas, com formação em Física e Matemática, e membro do Conselho Internacional do Instituto Ethos no Brasil começou sua apresentação investindo nas diferenças entre a vida on-line e a off-line.

toroSegundo Toro (foto), atualmente podemos dividir a existência de cada um em conectados e não conectados. Para ele, os nativos digitais passam dois terços de suas vidas em frente a uma tela, preferindo a companhia de gadgets à de pessoas de carne e osso.

Tudo isso por diversas razões. Uma delas, na visão do professor colombiano, é que o universo off-line limita a questão do espaço-tempo, enquanto no mundo on-line cada um “vive” sua própria mensagem, na qual todos são transformados em espectador real.

– O mundo on-line é um mundo de átomos que são convertidos em energia, onde não existe espaço nem tempo. Dessa forma, o desafio que se apresenta é saber como humanizar a máquina que está na gente, esse mundo digital diante de todos nós – questiona Toro.

Por trás de tudo isso, segundo Toro, está a ética, responsável pela sinalização de novos caminhos. Hoje, é o produtor de comunicação quem decide e define esta questão, cabendo a ele também interpretar o que o jovem deseja. Mas é a ética que vai diferenciar o mundo on-line do mundo off-line, já que cada um tem a sua própria.

– Se todos tivéssemos a mesma ética, decerto não haveria qualquer tipo de conflito. A inclusão fica à mercê da ética do produtor de comunicação, que é excludente, desfavorecendo a base da pirâmide social. Veja o que acontece na América Latina – observa Toro.

No mundo on-line, a ciência e a tecnologia vêm antes da ética. Dessa maneira, temos que fundar a ética da sobrevivência em detrimento da ética da destruição. De acordo com Toro, é preciso pensar no paradigma do cuidado que repara e previne danos, com sua ação inclusiva. Só assim poderemos ter uma única ética comum aos dois mundos (on-line e off-line).

 
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