ACESSIBILIDADE
Acessibilidade: Aumentar Fonte
Acessibilidade: Tamanho Padrão de Fonte
Acessibilidade: Diminuir Fonte
Youtube
Facebook
Instagram
Twitter
Ícone do Tik Tok

Dom da escrita é traço de família
07 Junho 2013 | Por Sandra Machado
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp

Mario Filho nasceu em Recife, Pernambuco, no dia 3 de junho de 1908. Terceiro filho de Mario Rodrigues e Maria Esther, tinha 13 irmãos: Milton, Roberto, Stella, Nelson, Jofre, Maria Clara, Augusto, Irene, Paulo, Helena, Dora, Elza e Dulce. Devido a problemas políticos, seu pai – que era jornalista e advogado – se mudou com a família para a capital federal em 1916 e fixou residência no bairro de Aldeia Campista, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Aos 17 anos, Mario Filho começou a trabalhar em A Manhã, jornal fundado pelo pai, e aos 18 se casou com Célia, que havia conhecido na Praia de Copacabana. Em 1928, dívidas levaram à perda do jornal, mas menos de dois meses depois Mario Rodrigues lançaria um novo diário, batizado de A Crítica, polêmico e um tanto sensacionalista. No ano seguinte, uma matéria delicada para a época acabou causando uma tragédia na família: o desquite de Sylvia Serafim e João Thibau Jr. Aborrecida, a socialite procurou a redação com o propósito de se vingar do dono do jornal. Mas foi recebida por seu filho Roberto, que era um talentoso ilustrador. Atingido por um tiro no abdômen, o rapaz morreu três dias depois, aos 23 anos. Consternado, meses mais tarde Mario Rodrigues não resistiu a uma trombose. Por fim, o jornal foi fechado pela polícia durante a Revolução de 1930.

Mas, em 1931, um amigo e companheiro de sinuca socorreu Mario Filho: a convite de Roberto Marinho, o jornalista passou a chefiar a seção de esportes de O Globo, no qual publicava, diariamente, a coluna Da Primeira Fila. Uma entrevista com o goleiro Marco Mendonça, de texto humanizado e inovadora para os padrões de então, se tornou um marco no gênero e deu notoriedade a Mario. Apaixonado pelos esportes, no mesmo ano ele fundou o primeiro jornal totalmente dedicado ao assunto no Rio de Janeiro: O Mundo Esportivo, que destacava o futebol e o remo. Foi neste jornal que teve a ideia de realizar o primeiro desfile de escolas de samba da cidade, na Praça Onze, em 1932. Como no início de ano escasseavam as competições esportivas, faltavam pautas. O repórter Carlos Pimentel sugeriu que fizessem entrevistas com os novos nomes do samba e, então, Mario Filho pensou em algum tipo de disputa entre eles.

MANGUEIRA2Foi assim que 19 escolas disputaram um título, pela primeira vez, na Praça Onze. A Mangueira foi a campeã, ficando em segundo lugar a Vai Como Pode – que, anos mais tarde, seria rebatizada como Portela. O prêmio de terceiro lugar foi para a Segunda Linha do Estácio (que deu origem à Estácio de Sá). Na quarta posição, veio a Unidos da Tijuca. Havia apenas seis jurados, que ficavam num coreto e podiam desfrutar de um modesto bufê: cerveja, salgadinhos e sanduíches de mortadela. Entre eles, estava Raimundo Magalhães Jr., pai da carnavalesca Rosa Magalhães. O jornalista Mario Neto atribui à amizade de seu avô com grandes nomes do samba, como Cartola e Ary Barroso, o gosto de Mario Filho pelo carnaval. Milhares de pessoas assistiram ao desfile, que começou às 20h30 do dia 7 de fevereiro de 1932. No ano seguinte, a disputa atraiu a atenção do jornal O Globo, que passou a organizar o evento.

Voltar à matéria principal

 
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp