O atletismo é um dos esportes mais emblemáticos dos Jogos Olímpicos por melhor retratar o lema Citius, Altius, Fortius, que significa mais rápido, mais alto e mais forte, na tradução do latim.
Na primeira edição dos Jogos da Antiguidade, em 776 a.C., foi disputada uma versão embrionária da que conhecemos hoje, chamada de stadium. A prova consistia em uma corrida no percurso de 192 metros. Ao longo dos anos, a Grécia Antiga foi palco do surgimento de diversas competições de corrida, saltos e lançamentos. Buscando premiar o competidor mais completo, o pentatlo – que reunia, além do stadium, salto em distância, luta, lançamento de disco e de dardo – passou a ser praticado em festivais e feiras esportivas por toda a Europa.
Jogos da Era Moderna
Com alta popularidade, esse esporte ganhou destaque em 1896 durante os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas, e, em 1928, atletas mulheres começaram a competir, em Amsterdã. A Federação Internacional de Atletismo (IAAF, em inglês), criada por 17 países em 1912, determina as regras e campeonatos.
O atletismo olímpico é dividido em provas de pista, de rua, de campo e as combinadas. Na pista, são disputadas corridas rasas e revezamentos, com barreiras e obstáculos. A rua é palco para as competições de maratona e marcha atlética. Já o campo, inclui eventos como saltos em distância, triplo, com vara e em altura; arremesso de peso e lançamentos de martelo, dardo e disco.
As chamadas combinadas, por sua vez, avaliam a versatilidade dos atletas em dois dias consecutivos. Os homens competem no decatlo, com 100 metros rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura, 400 metros rasos, 110 metros com barreiras, lançamento do disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500 metros rasos. Já as mulheres disputam o heptatlo, com sete provas: 100 metros com barreiras, salto em altura, arremesso de peso, 200 metros rasos, salto em distância, lançamento de dardo e 800 metros rasos.
O atletismo paralímpico
A história dos Jogos Paralímpicos começa em 1943, na Unidade Nacional de Lesados Medulares do Hospital Ministry of Pensions, na cidade de Stoke Mandeville, Inglaterra. A ala hospitalar havia sido criada para atender civis e ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial acometidos por lesão medular. Diante do cenário de pouca expectativa de vida dos pacientes e reconhecendo os benefícios fisiológicos e psicológicos da prática esportiva, o neurocirurgião alemão Ludwig Guttman passou a introduzir alguns esportes, como dardos, sinuca e skittles – um tipo de boliche – para tratamento de reabilitação.
No dia da abertura dos Jogos Olímpicos de 1948, em Londres, o hospital Ministry of Pensions sediou seu primeiro evento esportivo: uma competição de tiro com arco – que melhor atendia as expectativas de reintegração dos pacientes na sociedade, pois permitia que pessoas com e sem deficiência competissem em igualdade.
Em 1952, a disputa de corridas de cadeirantes marcou a estreia do atletismo em modo paralímpico. Ao longo dos anos, outros desportos foram incorporados ao evento, equipes de diversos países se integraram aos jogos, até que, em 1960, já em sua nona edição, a competição saiu de Stoke Mandeville para Roma, na Itália. O que viria a ser reconhecido como os primeiros Jogos Paralímpicos aconteceu lá mesmo, pouco depois da realização dos Jogos Olímpicos. Desde então, os Jogos Paralímpicos passaram a ser disputados a cada quatro anos.
Dependendo do grau de deficiência, homens e mulheres competem de acordo com a habilidade funcional de cada um. O atletismo paralímpico concentra o maior número de eventos, também separados em pista, campo e combinados. Os primeiros incluem corridas de curta, média e longa distâncias, revezamento e maratona. No campo são disputados os saltos, arremessos e lançamentos. Já a prova combinada abrange o pentatlo, para homens e mulheres, cujas cinco provas variam de acordo com a classe do participante.
Fontes: Rio 2016, Comitê Olímpico Brasileiro, Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, Ginásio Experimental Olímpico e Guia Escolar Paralímpico.