ACESSIBILIDADE
Acessibilidade: Aumentar Fonte
Acessibilidade: Tamanho Padrão de Fonte
Acessibilidade: Diminuir Fonte
Youtube
Facebook
Instagram
Twitter
Ícone do Tik Tok

— Dihya (Kahina), líder militar e religiosa Imazighen
02 Setembro 2021 | Por Fernanda Fernandes
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp
Dihya, ou Kahina
Estátua de Dihya, ou Kahina, localizada no centro da cidade de Khenchela, na Argélia (Foto: Ghezaltar/ Creative Commons)

Dihya foi uma líder militar e religiosa que enfrentou os árabes e lutou contra a expansão islâmica no Norte da África, no século VII.

Também é conhecida como Kahina (título árabe que significa "profetisa", "vidente" ou "bruxa"), Dahlia, Daya e Dahia-al-Kahina.

Ela governou um estado autônomo, localizado na região montanhosa dos Aurès, no nordeste da atual Argélia.

Acredita-se que tenha nascido entre as décadas de 1650 e 1660. Era filha ou sobrinha do rei Aksel, reconhecido por lutar pela liberdade do povo nativo norte-africano Imazighen (que ficou mais conhecido como berberes).

Segundo a tradição oral, Dihya teria usado o seu dom da profecia para prever a formação das tropas inimigas e planejar a defesa.

A líder acabou sendo morta por volta de 1702, nas proximidades de um poço que até hoje leva seu nome – Bir al-Kahina (o “Poço de Kahina”) –, na Argélia.

Há divergências sobre a trajetória da soberana. Não se sabe ao certo, por exemplo, qual era sua religião. Uma das hipóteses é de que ela tenha pertencido a um povo de grupos judaicos.

Ao longo da história, árabes, berberes, muçulmanos, judeus e franceses a reescreveram de acordo com suas próprias visões sobre a história do norte da África.

Na cultura popular, a memória de Kahina/ Dihya é lembrada na tradição oral de escritoras magrebinas – da região noroeste da África –, em cantigas e na dramaturgia.

Sua verdadeira aparência ainda é desconhecida. Apesar disso, seu rosto está em grafites e esculturas na Argélia, representando ideais progressistas.

Sabe-se que era negra, ainda que artistas franceses tenham “embranquecido” seus retratos póstumos.

O nome de Kahina/ Dihya está associado à luta pela liberdade. Ela também é representada como um símbolo de resistência feminina.

Em 2001, uma escultura em sua homenagem foi erguida no Parc de Bercy, em Paris.

Na Argélia, Dihya é considerada heroína nacional, símbolo da resistência dos Imazighen.

A História da África – conteúdo previsto na Lei N.º 11.645/2008 – é repleta de mulheres que tiveram grande importância e, até hoje, são símbolos de resistência e consideradas heroínas nacionais nas regiões onde viveram.

Diversas histórias são fruto da tradição oral e muitas informações não são unanimidade entre pesquisadores e historiadores. Além disso, há distorções na história contada por colonizadores europeus, especialmente no que se refere a mulheres que tiveram papel de destaque na resistência ao avanço do imperialismo.

Fontes:

Projeto Biografias de mulheres africanas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Site Rainhas Trágicas, do historiador Renato Drummond Tapioca Neto.
Site Ensinar História, de Joelza Ester Domingues.

 
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp