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Vem aí a Copa dos Refugiados
27 Julho 2018 | Por Márcia Pimentel
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Torcedores dos times de refugiados na versão paulista da Copa. Foto: copadosrefugiados.com

Depois de Porto Alegre e de São Paulo, chegou a vez do Rio de Janeiro sediar uma Copa dos Refugiados. O evento, de iniciativa da ONG África do Coração, acontece entre os dias 1º e 5 de agosto e conta com o apoio da Prefeitura, que aproveitará a ocasião para criar o Comitê Municipal Intersetorial de Políticas para Atendimento a Refugiados – o Compar, que será formado por diversos órgãos públicos da cidade e por representantes de setores externos, como Ministério Púbico, ONGs e universidades, entre outros.

A criação do órgão se tornou uma questão importante diante do aumento geométrico do número de refugiados que têm chegado à cidade nos últimos anos. Dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) informam que 10 mil pessoas pediram refúgio no país, em 2016, número que saltou para quase 34 mil em 2017. A expectativa é que esse montante aumente ainda mais este ano. E, do total de refugiados que chegam anualmente, 17% têm se estabelecido no estado do Rio de Janeiro.

Entre esses, imagina-se que a grande maioria fixou residência na capital e na região metropolitana, mas, por não haver, até então, uma política voltada para a questão, a Prefeitura do Rio de Janeiro ainda não sabe exatamente quantos residem na cidade, nem onde moram, o que fazem, ou quais são suas maiores dificuldades. Apesar disso, tem registrado um aumento anual no número de matrículas de filhos de refugiados nas escolas públicas do município, além de um incremento expressivo na quantidade deles que pedem licença para trabalhar no comércio ambulante da cidade.

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Os alunos haitianos Mislandia e Pleidson, da E.M. Alina de Britto, em Curicica, com a mãe Sineda. Foto: Alberto Jacob Filho, 2018, MultiRio

“Os refugiados têm grande dificuldade em conseguir emprego. Há preconceito e, muitas vezes, desconhecimento dos direitos deles por parte do empregador. Por isso, precisam empreender para sobreviver”, explica Gláucia Pires, assistente técnica da Subsecretaria Municipal de Direitos Humanos e líder do projeto Copa dos Refugiados. E esses não são os únicos obstáculos enfrentados. Apesar dos dados do Conare indicarem que a maioria é profissional de nível médio e cerca de 30% de nível superior, eles enfrentam entraves burocráticos para validarem seus diplomas, a começar pelos altos custos com o processo.

Segundo Gláucia, a maioria dos refugiados chega ao Brasil fugindo de guerras, perseguições étnicas e problemas econômicos crônicos em seus países. “Não há como conter a chegada deles aqui. Por isso, a construção de uma política específica é tão importante”, afirma.

O evento e a participação de escolas

Disputarão a Copa dos Refugiados adultos oriundos de oito países: Haiti, Venezuela, Colômbia, Síria, Angola, Senegal, República Democrática do Congo e Guiné Bissau. Mas o evento não será apenas futebolístico, já que seu principal objetivo é o de integrar os refugiados à sociedade carioca. Além dos jogos, serão realizadas diversas atividades paralelas, como as palestras na quarta-feira (1º/8), das 14h às 18h30, no Centro Cultural Banco do Brasil, onde também, às 17h, ocorrerá um desfile, com roupas confeccionadas pela estilista Benazira Djoco, da Guiné Bissau.

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Durante a semana da Copa, a E.M. Senegal, no Riachuelo, desenvolverá atividades sobre a questão dos refugiados. Foto: Google Maps

Unidades de ensino da Rede também estão envolvidas na Copa, a exemplo do Ciep Nação Rubro-Negra (2ª CRE) e das escolas municipais Bolívar (3ª CRE), Senegal (3ª CRE) e Holanda (11ª CRE), que desenvolverão oficinas com os alunos e receberão refugiados da ONG África do Coração para uma conversa sobre o assunto. Além disso, a organização do evento programou um dia dedicado às crianças refugiadas, com atividades no Parque Hot Zone, no AquaRio, no Museu da República e na Fundação Casa de Rui Barbosa.

O público em geral poderá assistir aos jogos de futebol (oitavas de final e final) programados para o sábado (4/8) – das 8h às 189h, no Centro de Futebol Zico (Recreio dos Bandeirantes). O ingresso é um quilo de alimento não perecível.

 
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