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Dez lugares contam a história da fundação do Rio
27 Fevereiro 2015 | Por Fernanda Fernandes
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No dia 1º de janeiro de 1502, chegava à costa brasileira a primeira das chamadas expedições exploradoras que Portugal passou a mandar ao país a partir do descobrimento. Anos depois, com o intuito de defender esse trecho do litoral brasileiro de invasores franceses, a rainha-regente D. Catarina ordenou a fundação de uma cidade ali. Assim, no dia 1º de março de 1565, Estácio de Sá instalava oficialmente a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro – nome em homenagem ao rei-menino de Portugal, d. Sebastião, e ao santo de mesmo nome, que se tornou padroeiro da cidade.

A seguir, vamos conhecer dez locais que contam um pouco da história da fundação da nossa cidade:

Fortaleza São João - ok1) Fortaleza de São João

Esse pode ser considerado o ponto inicial do Rio de Janeiro, já que a fortaleza foi erguida no bairro da Urca, mesmo local em que Estácio de Sá fundou a cidade depois de desembarcar em um trecho de praia entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara de Cão.

Formada pelos fortes-redutos de São Martinho, São Teodósio, São José e São Diogo, a Fortaleza de São João recebeu esse nome oficialmente em 1618. O local recebe visitantes interessados em ver a Praça da Fundação da Cidade, as muralhas históricas dos redutos de São Martinho e São Diogo, além do portal da muralha, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Também é possível conhecer o Morro Cara de Cão, considerado Área de Preservação Ambiental pelo Ibama, ou o Museu do Desporto do Exército, já que a fortaleza foi o primeiro Centro de Capacitação Física do Brasil.

Av. João Luís Alves, s/nº – Urca
Tel.: (21) 2543-3323

 

Ilha-de-Villegagnon ok2) Ilha de Villegagnon

Conhecida anteriormente como Ilha de Sergipe, foi renomeada em homenagem ao almirante francês Nicolas Durand de Villegagnon, seu primeiro ocupante, em 1555. Localizada na Baía de Guanabara, a ilha funcionou como núcleo do estabelecimento colonial francês conhecido como França Antártica (1555-1560) e lá foi erguido o Forte Coligny.

Tempos depois da apropriação, veio a reação dos portugueses que, comandados pelo governador-geral Mem de Sá, armaram uma expedição para expulsar os invasores franceses e conquistar o local, em 16 de março de 1560. Como Mem de Sá contava com poucos homens e não tinha recursos para estabelecer-se definitivamente na ilha, a fortificação foi destruída.

Desde 1938, o local abriga a Escola Naval, a mais antiga instituição de nível superior do Brasil (criada em 1782 como Academia Real de Guardas-Marinha), sob a responsabilidade da Marinha do Brasil.

 

3) Ilha do Governador

Com localização estratégica na Baía de Guanabara e sendo a maior entre as ilhas vizinhas, a Ilha de Paranapuã – como era conhecida pelos índios – também despertava o interesse dos franceses. Aliados aos tamoios, eles invadiram o local em 1555, expulsaram os índios temiminós que lá viviam e comandaram a ocupação das terras, construindo ali uma base para a colônia francesa.

No entanto, em janeiro de 1567, portugueses e temiminós se uniram e atacaram o reduto francês. Em setembro do mesmo ano, após a vitória portuguesa, Mem de Sá dividiu a Ilha em duas sesmarias, doando uma delas a seu sobrinho Salvador Correa de Sá. Quando Correa de Sá foi nomeado governador do Rio, a ilha passou a ser conhecida como Ilha do Governador, recebendo essa denominação oficialmente em 1570.

 

Forte Tamandaré da Laje - ok4) Forte Tamandaré da Laje

Antes mesmo da construção do forte, a Ilha da Laje – localizada na Baía de Guanabara, a três quilômetros da Urca – foi mais um dos lugares onde franceses tentaram estabelecer uma base para a França Antártica, em 1555. O que eles não esperavam era encontrar tantas adversidades: as condições atmosféricas e a proximidade do mar fizeram com que a primeira ressaca desalojasse e desarticulasse toda a bateria ali instalada, com canhões sendo arrastados por água abaixo – o que contribuiu para que deixassem o local. Devido a esse fato, eles passaram a chamá-la de Ratier ou Ratoeira.

No início do século XVIII, a mando dos portugueses, o Forte da Laje foi erguido na ilha. No local, também estiveram detidos vários personagens da História do Brasil, como o estadista José Bonifácio, o político Cipriano Barata e o poeta Olavo Bilac.

Em 1953, o forte passou a ser chamado de Almirante Tamandaré, uma homenagem à Marinha de Guerra. Atualmente, seus bens materiais estão sob a responsabilidade da Fortaleza de São João. Um projeto para a construção de um complexo de lazer e entretenimento no local está em curso. A previsão de inauguração é até os Jogos Olímpicos de 2016.

 

5) Outeiro da Glória

Antes conhecido como Morro do Leripe ou Uruçumirim, o local foi conquistado pelos portugueses em 20 de janeiro de 1567 – data escolhida por ser o dia do padroeiro São Sebastião. Na batalha, travada contra franceses e tamoios, em frente ao atual Outeiro da Glória, Estácio de Sá foi ferido com uma flecha no olho, vindo a falecer um mês depois.

Após o domínio luso, a sede da cidade de São Sebastião foi transferida para a região de Uruçumirim (hoje, bairro do Flamengo), localizada em um terreno mais apropriado para a expansão do que o entorno do Morro Cara de Cão.

É lá que está erguida a Igreja da Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, concluída em 1739. A igreja é um dos maiores patrimônios da arquitetura colonial do Rio de Janeiro e foi tombada em 1938.

Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro
Praça Nossa Senhora da Glória, 26 – Glória
Tel.: (21) 2225-2869

 

Ladeira da_Misericórdia - OK6) Ladeira da Misericórdia

Considerada a primeira via pública da cidade (1567), a ladeira foi o primeiro e principal acesso ao Morro do Castelo, região de origem da formação da cidade, onde tiveram início atividades econômicas e sociais e o desenvolvimento urbano. O morro, inicialmente chamado São Januário, teve sucessivas denominações, como Descanso, Alto da Sé, Alto de São Sebastião, até ser chamado de Castelo. Lá estavam construções históricas, como uma igreja a São Sebastião, a sede do governo e o Colégio dos Jesuítas.

Tendo em vista uma reforma urbana para modernizar o centro da cidade, considerado símbolo degradado do condenado passado colonial português, o então prefeito Carlos Sampaio decretou a derrubada do morro, em 1921. As terras foram usadas para aterrar parte da Urca, da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Jardim Botânico e outras áreas baixas ao redor da Baía de Guanabara, segundo o escritor Laurentino Gomes. A área que o morro ocupava forma, hoje, a Esplanada do Castelo, no Centro.

Já a Ladeira da Misericórdia ainda pode ser vista. Ela está localizada junto à Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso, próximo ao Museu Histórico Nacional, no Centro. Os 40 metros de calçamento com pés de moleque, feitos pelos escravos, permanecem até hoje.

 


7) Rio Carioca

Antes mesmo da fundação da cidade, Gonçalo Coelho chegou com sua esquadra, em 1504, e escolheu a foz do Rio Carioca para sediar a primeira feitoria. O local – que compreendia a região dos bairros da Glória e do Flamengo – dispunha de água potável em abundância, razão determinante para escolher o trecho no qual, futuramente, a cidade viria a se desenvolver.

O Rio Carioca foi a primeira fonte de abastecimento de água para os habitantes e uma referência significativa na apropriação e ocupação desse espaço do território carioca. No passado, suas águas abasteciam boa parte da cidade e deram origem, inclusive, ao antigo aqueduto popularmente conhecido como Arcos da Lapa.

Com pouco mais de sete quilômetros de extensão, grande parte do rio encontra-se soterrada, mas ele ainda é visível em alguns pontos, como na estação de tratamento na Praia do Flamengo, no trajeto do trem que leva ao Corcovado ou na Floresta da Tijuca, onde está sua nascente. Hoje, o Rio Carioca é considerado patrimônio cultural carioca.

 

8) Igreja dos Capuchinhos

Situada na Tijuca, foi inaugurada em 1931 e reúne as chamadas “relíquias históricas da cidade do Rio de Janeiro”: os restos mortais de Estácio de Sá, morto em 1567; o marco zero da cidade fundada em 1565; e uma pequena imagem de São Sebastião, de 1563.

Essas relíquias ficavam no interior da primitiva Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro, no Morro do Castelo, entregue aos cuidados dos frades capuchinhos. Com a demolição do morro, os frades mantiveram a guarda da lápide e da urna com os restos mortais do fundador da cidade, que foram transferidas para a atual igreja, na Tijuca. O desenho na fachada da igreja também retrata a fundação da cidade.

Rua Haddock Lobo, 266 – Tijuca
Tel.: (21) 2204-7900

 

Ponte dos Jesuítas - ok9) Ponte dos Jesuítas

Uma das raras obras de proveito coletivo do Brasil Colônia, a antiga Ponte do Guandu foi construída pelos jesuítas em 1752 para interligar a Fazenda Real de Santa Cruz à região de São Cristóvão. Além de ponte, ela funcionava como represa para regular o volume das águas das enchentes do Rio Guandu, evitando prejuízos na agricultura, na pecuária e nas habitações da região. A ponte também servia como passagem para tropeiros e pedestres que iam e vinham do interior em direção ao Rio de Janeiro, tendo sido muito importante para o desenvolvimento da cidade.

Com a canalização do Rio Guandu, o conjunto arquitetônico da Ponte dos Jesuítas (nome pelo qual é conhecida hoje) perdeu sua função original, mas ainda é considerado um dos mais belos e raros monumentos da arquitetura jesuítica do Rio de Janeiro. A ornamentação da ponte inclui colunas de granito com capitéis em forma de pinhas portuguesas. Na parte central, um brasão traz o símbolo da Companhia de Jesus (IHS) e frases em latim clássico. A Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, hoje Iphan, inclui a ponte entre os cinco primeiros bens tombados no Brasil.

 

Estácio - dentro10) Monumento a Estácio de Sá

Criada pelo arquiteto Lucio Costa, a pirâmide que compõe o monumento foi inaugurada em 1973, no Aterro do Flamengo – local escolhido pela proximidade do lugar em que Estácio de Sá recebeu o ferimento que o levou à morte. Um dos vértices da base da pirâmide aponta exatamente para o local de fundação da cidade, do outro lado da Baía de Guanabara, no bairro da Urca.

No espaço de visitação, inaugurado em 2010, no subsolo, é possível ver as réplicas da lápide de Estácio de Sá e do marco fundamental da cidade. Uma porta de bronze também exibe reproduções do brasão de Estácio de Sá e de um mapa do século XVI.

 

Fontes:

Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro – Armazém dos Dados
Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro. Zona Sul. Histórico. 2004
Exército Brasileiro
Marinha do Brasil

 
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