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Modalidades olímpicas de tiro
02 Junho 2016 | Por Sandra Machado
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Tiro com arco 

Integrante da seleção brasileira de tiro com arco, Dream Braga da Silva, da etnia kambeba, está entre os melhores arqueiros da escola de tiro de Maricá(RJ) (Fonte: zdfsport.de)

Um arco, uma flecha e um alvo. Combinação simples e que, no entanto, já povoou muita fantasia, seja nas brincadeiras infantis, seja nas lendas ancestrais de Robin Hood e de Guilherme Tell. Hoje, este esporte olímpico e paralímpico, chamado de tiro com arco, vem atraindo novos atletas entre tribos indígenas da região amazônica, inclusive para a equipe que representa o país em competições no exterior. Artefatos encontrados nas sociedades pré-históricas de várias partes do mundo, o arco e a flecha continuam sendo eficientes armas de caça no interior do Brasil.

Pontaria, paciência e força fazem parte dos atributos sem os quais não é possível se tornar um bom arqueiro e acertar as flechas, o mais perto possível do centro do alvo, durante uma disputa oficial. Muito antes da estreia nos Jogos Olímpicos, para homens, em 1900; e para mulheres, em 1904, a modalidade esportiva era praticada em torneios na Inglaterra desde o século XVI. Apenas no lapso entre 1924 e 1968 esteve fora do programa olímpico. 

Robin Hood: o nome se refere ao feito mais difícil, que é acertar a flecha no meio de outra já presa no alvo. Quando acontece, o arqueiro pode levar as flechas para casa, como um troféu (Fonte: arcoeflechars.blogspot.com)

Nos Jogos Paralímpicos tem estado sempre presente, desde a estreia de 1960, em Roma. A prática teve início 20 anos antes, quando o neurologista alemão Ludwig Guttmann, trabalhando na Inglaterra, organizou a atividade de recreação para ajudar a recuperar militares feridos em combate na Segunda Guerra Mundial.

A visão esportiva do arco e flecha veio de avião da Europa para o Rio. Um comissário de voo da extinta companhia aérea Panair do Brasil, chamado Adolpho Porta, foi quem introduziu o tiro com arco ao país. Em 1955, depois de uma temporada morando em Portugal, onde se encantou pela prática, desembarcou na cidade, trazendo na bagagem algum material e uma cópia do regulamento internacional. Para promover a divulgação procurou, primeiro, o Fluminense Football Club, mas logo o Clube Carioca de Tiro, o Andarahy Athletico Club, o Clube de Regatas Vasco da Gama, o Riachuelo Tênis Clube e o Club Municipal aderiram à novidade. Três anos mais tarde, foi fundada na cidade a Federação Metropolitana de Arco e Flecha. Os primeiros arcos eram feitos de um tipo de palmeira chamada irí e as flechas utilizavam penas de peru.

Se atirada por um arqueiro profissional, uma flecha pode chegar a uma velocidade de incríveis 240 km/h – bem mais do que você jamais alcançará no velocímetro do seu carro de passeio. Atualmente, existem três tipos de arcos: o tradicional ou longbow, que é longo e reto; o recurvo ou olímpico; e o composto, com seu visual tecnológico composto de roldanas e miras telescópicas que aproximam a imagem do alvo até 12 vezes. No Brasil temos, ainda, o modelo nacional de arco tradicional, regulamentado pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco. O chamado arco nativo é utilizado em provas com distâncias de 15, 20, 25 e 30 metros. Para as disputas com ele, não é autorizado o uso de nenhum material sintético, quer nos arcos, quer nas flechas.

Na cerimônia de abertura dos Jogos de Barcelona (1992), o arqueiro paralímpico espanhol Antonio Rebolo acendeu a pira olímpica com uma flecha incendiária (Fonte: UOL)

Nos Jogos Olímpicos, as provas são realizadas em três campos: outdoor (espaço aberto e plano), indoor (espaço fechado) e field (espaço aberto e irregular). Na categoria masculina, os alvos ficam a 30, 50, 70 e 90 metros de distância, enquanto na feminina são posicionados a 30, 50, 60 e 70 metros. Os arqueiros lançam séries de 36 tiros a cada uma das distâncias. O alvo é dividido em dez setores coloridos, que vão diminuindo de dez a um ponto, quanto mais distante do centro. As flechas são de alumínio com ponta de aço, e o arco pode ser de aço ou de fibra de vidro, madeira e plástico.

Diferentemente de outras modalidades, o tiro com arco incluiu as mulheres, desde o início, em sua versão paralímpica. Ele pode ser praticado por paraplégicos e pessoas com amputações, paralisia cerebral, doenças disfuncionais e progressivas, como a atrofia muscular e escleroses, com disfunções nas articulações, problemas na coluna e múltiplas deficiências. Os atletas podem atirar sentados em cadeiras comuns, na cadeira de rodas ou de pé, divididos em categorias, de acordo com suas deficiências. Assim como na versão olímpica, o alvo tem 1,22 metro de diâmetro e fica colocado a 70 metros de distância. As disputas são realizadas individualmente e por equipes, com três arqueiros cada.

Tiro esportivo

O fundador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, Barão de Coubertin, era campeão francês de tiro com pistola (Fonte: rio2016.com)

Os mais antigos registros do uso de armas de fogo remontam a confrontos ocorridos no ano de 1346, quando franceses e ingleses já dispunham da tecnologia. Na Alemanha, clubes de tiro fundados no século XVI funcionam até hoje. A prática militar foi, sem dúvida, a grande incentivadora do desenvolvimento da modalidade, muito embora os clubes de caça também tenham contribuído para aprimorar o tiro esportivo, inspirando, inclusive, alguns tipos de provas.

Presente desde a primeira edição da Era Moderna, em 1896, o tiro esportivo só admitiu a presença de mulheres a partir dos Jogos do México, em 1968 e, mesmo assim, em equipes mistas com homens. As competições exclusivamente femininas só tiveram espaço em Los Angeles (1984). Este ano, esporte será disputado em 15 categorias individuais – nove masculinas e seis femininas.

Fora dos Jogos por duas ocasiões, em 1904 e 1928, devido a divergências entre a federação internacional e o comitê olímpico, que não admitia o pagamento de prêmios em dinheiro por parte da primeira, a modalidade usa diferentes tipos de armas: carabina e pistola para acertar um alvo dividido em dez circunferências concêntricas, geralmente a uma distância de 10, 25 ou 50 metros; e espingarda, para atirar em alvos móveis com forma circular, a fim de evitar qualquer associação mental com seres vivos. Os atletas precisam saber atirar posicionados de pé, de joelhos ou deitados no chão. As regras diferem de acordo com a prova em termos de distância, tipo de alvos, posição de tiro, número de disparos e tempo de participação. As disputas se dividem em fases de classificação e finais, vencendo quem somar o maior número de pontos.

Débora Campos é esperança de medalha no tiro esportivo paralímpico (Foto: Graziella Batista/CPBMPIX)

O tiro esportivo estreou na Paralimpíada de Toronto, em 1976, com os homens, e na edição seguinte com as mulheres, em Arnhem, na Holanda. Em 1984, quando os Jogos foram disputados em duas cidades – Nova York, nos EUA; e Stoke Mandeville, na Inglaterra, as categorias mistas foram retiradas do programa. Em Barcelona (1992), as provas mistas substituíram as femininas, mas estas retornaram em 1996, em Atlanta.

No Brasil, a história do tiro esportivo paralímpico se iniciou apenas em 1997, no Centro de Reabilitação da Polícia Militar do Rio de Janeiro, havendo a primeira participação nos Jogos de Pequim, em 2008, com o atleta Carlos Garletti. De acordo com as limitações físicas – grau de funcionalidade do tronco, equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de membros superiores e inferiores etc –, os atletas são divididos em três classes. Nas competições paralímpicas se incluem apenas duas, com ou sem necessidade de apoio externo da arma, excluindo-se a terceira, para portadores de deficiência visual. São utilizadas apenas carabinas e pistolas em provas de 10, 25 e 50 metros.

Fontes:
Site Brasil 2016, Site da Confederação Brasileira de Tiro com Arco, Site da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, Site do Comitê Paralímpico Brasileiro

 
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