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Filosofia para crianças: como abordar e por quê?
09 Maio 2014 | Por Fernanda Fernandes
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O que me faz ser eu interna_02Há algo em comum entre crianças e filósofos: a capacidade de se maravilhar com o mundo. A comparação foi feita pelo professor Matthew Lipman, filósofo e educador norte-americano reconhecido como fundador da “filosofia para crianças”.

Segundo Lipman, filósofos conseguem criar e reconstruir conceitos e buscar formas de explicação mais abrangentes para os problemas da vida. Já as crianças, intrigadas com as mesmas questões, como justiça, bondade e amizade, necessitam aprender os processos do raciocínio e do julgamento. Assim, a principal tarefa do professor seria a de criar condições para que o aprendizado se dê de forma reflexiva e não mecânica.

Em entrevista ao Portal MultiRio, a educadora Andrea Ramal defendeu que essa reflexão leva a criança não só a aprender conceitos, mas a se conhecer melhor, a pensar no que ela quer ser e para onde quer ir. “Apresentar a filosofia de maneira acessível e divertida é uma maneira de despertar, para o resto da vida, a inquietude da razão e o desejo de se aventurar no conhecimento.”

Estimular o pensamento filosófico na infância, fase em que estamos nos desenvolvendo e construindo uma identidade própria, também impacta positivamente outras competências, como o raciocínio lógico-matemático, a criatividade, a imaginação, a capacidade de argumentação, a sensibilidade.

Para tanto, Andrea sugere que os professores levem histórias para a sala de aula, assistam a vídeos com a turma e, na sequência, debatam as questões apresentadas nessas histórias, principalmente conduzindo a discussão para a realidade dos próprios alunos. “Se for falar de justiça, o professor pode perguntar se as tarefas domésticas são distribuídas de forma justa na casa de cada um ou se é justo, num trabalho em grupo da escola, um aluno que não colaborou ficar com a mesma nota dos outros. As perguntas não têm respostas ‘certas’ ou ‘erradas’. O que importa é aprender a questionar”, explica.

Perguntas de crianças: filosofar é preciso

A série O Que Me Faz Ser Eu? (What Makes Me Me?) entra na programação da MultiRio trazendo noções fundamentais de filosofia para o público de 7 a 11 anos. Cinco filmes de cerca de quatro minutos cada exploram conceitos filosóficos por meio de situações do dia a dia, com perguntas que crianças lançam e adultos, geralmente, fazem certo esforço para responder, como: “O que é ser justo?”, “Por que devo ser bom?” e mesmo “O que me faz ser eu?”, que dá nome à série.
Os vídeos são uma porta de entrada para um aprofundamento dos temas e para o debate em sala de aula e mesmo fora dela. Em forma de parábolas animadas, com base em histórias criadas pelos educadores ingleses Peter Worley e Jason Buckley, levantam temas como a moralidade, a identidade, a percepção e a igualdade, em jornadas práticas e filosóficas.

A série, produzida pela BBC, tem pós-produção da MultiRio, com a apresentação de Andrea Ramal, que a cada episódio orienta professores e familiares sobre como trabalhar com as crianças os temas propostos. Como a série é inglesa, algumas das orientações também ajudam a contextualizar a reflexão dentro da realidade brasileira. “Essa série deveria ser muito usada em casa e na escola. Ela estimula a reflexão e a inteligência e pode trazer resultados impressionantes”, recomenda a educadora.

O Que Me Faz Ser Eu? vai ao ar às quartas-feiras, às 20h, no canal 26 da NET.

 
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