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Oficina faz cinema de animação experimental
09 Setembro 2013 | Por Sandra Machado
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images3Animação Trash: Animação Experimental é o nome da oficina que hoje funciona no Núcleo de Arte Grande Otelo (6ª CRE) e que tem dezenas de filmes de animação publicados no YouTube. À frente do projeto está a professora de Artes Visuais e Artes Plásticas Imaculada Conceição Marins. Para ela, o fundamental é se aventurar nas técnicas artesanais, uma vez que a estética trash possibilita uma liberdade de criação que contrabalança a escassez de recursos. Imaculada não era cinéfila nem fã de animação. Até que, em 2007, fez totalmente por acaso um curso audiovisual para professores na MultiRio.

“Soube que os professores participantes teriam de optar entre realizar um curso de vídeo ou um de animação. Nem eu nem a escola possuíamos uma filmadora. Optei pelo curso de animação por parecer mais simples. Afinal, poderia trabalhar as técnicas ‘pré-cinema’, como o taumatrópio, o folioscópio de duas folhas, o flipbook (folioscópio de muitas folhas) etc., que só necessitam de lápis e papel (e as ideias e criatividade dos alunos para dar a ilusão de movimento aos desenhos). Fiquei encantada com o curso e com as novas possibilidades!”

No ano seguinte, a professora se inscreveu em outro curso para professores: o Anima Escola, idealização e realização dos criadores do Festival Anima Mundi. Imaculada costuma dizer aos alunos que existe alguma coisa mais importante do que todo um aparato tecnológico. “O que dá ‘alma’ (a palavra animação vem de anima, ou alma) ao trabalho de construção audiovisual é antes o olho, a mão, a mente atrás (e na frente) da câmera.“ Os trabalhos iniciais, ainda em 2007, na EM Mario Piragibe (6ª CRE) – onde trabalhou por 28 anos, até 2012 –, contavam apenas com uma câmera fotográfica analógica, um scanner e o Windows Movie Maker, software com o qual editavam e sonorizavam o filme.

magicaDe ano a ano, a metodologia vai sendo incrementada. A partir de 2008, foi incorporada a técnica stop-motion, então com uma câmera digital e massinha de modelar. Em 2009, passaram a usar os computadores da Sala de Leitura para animações em 2D, com os softwares Paint e Pivot. “Experimentamos também a técnica pixilation, que é a mesma do stop-motion. Com a diferença que, em vez da captura fotográfica quadro a quadro de ‘movimentos’ de objetos inanimados, a captura é de movimentos de seres animados. No caso, os alunos.” Em 2010, a técnica do live action, com atuação real, foi acrescentada aos trabalhos de animação, em especial num vídeo feito para a campanha O Petróleo Tem Que Ser Nosso (2010), e no vídeo produzido sobre o perigo da autoexposição na internet – Sexting: Epidemia Cibernética (2011).

Em 2012, foram realizadas vinhetas animadas sobre a Rio+20 e um vídeo sobre o bullying escolar e o cyberbullying – Aceitando as Diferenças: Bullying, Não. Neste mesmo ano, a EM Mario Piragibe entrou para o projeto Cineclube nas Escolas e, a partir de um workshop que a professora Imaculada ministrou para os professores, surgiu a vinheta do cineclube: CineMario, que participou do Festival Anima Mundi 2013.

“Em 2013, retornei a uma Unidade de Extensão da SME-RJ, o Núcleo de Arte Grande Otelo/6ªCRE-RJ, onde eu havia trabalhado de março de 2009 a julho de 2010, agora um dos Centros de Pesquisa e Formação em Arte e Esporte, segundo a nova proposta da Secretaria Municipal de Educação”, conta a professora Imaculada. As oficinas do Núcleo de Arte acontecem no contraturno das aulas regulares, de acordo com a proposta de uma educação integral. A idade dos alunos vai dos 6 aos 14 anos. A inscrição na oficina é opcional. Indispensáveis, no entanto, são qualidades que o próprio processo de aprendizado vai ensinando: disciplina, concentração, persistência, uso da criatividade e espírito de colaboração.

rubilemes2A professora e seus alunos participaram de vários festivais e mostras: Anim'Arte (2009), I Festival Audiovisual da SME-RJ (2011), IV Cineducando (2012), Femact Rio+20 (2012), Green Nation Fest (2012 e 2013), Anima Mundi 2012 e 2013 (categoria Futuro Animador), entre outros. Neste ano, o aluno João Paulo foi premiado no Concurso de Vídeo do Dia Mundial da Internet Segura 2013, promovido pela Safernet, com uma animação sobre o tema "respeito on-line". Em março, a produção dos alunos de uma oficina itinerante, realizada na EM Mario Piragibe, foi destaque do portal Instituto Arte na Escola.

Toda criação é uma realização dos alunos. De um modo geral, os trabalhos são realizados coletivamente. A história a ser animada pode ser tanto pensada em grupo quanto eleita a partir de um storyboard criado por algum aluno. A garotada também se reveza no making of, filmando ou fotografando o processo de trabalho. Um dos resultados mais estimulantes é o comprometimento maior dos alunos que participam das produções audiovisuais, tanto com as demais propostas de trabalho em sala de aula, quanto com atividades extraclasse. Imaculada complementa: “A experiência com a produção de vídeo desperta para um olhar diferenciado da arte. É um novo conhecimento que passa a ser adquirido a partir da experimentação. E é um aprendizado recíproco, porque o professor também aprende ao realizar com os alunos esses exercícios de análise e de construção de pensamentos em movimento”.

* Para saber mais sobre o cinema de animação, acompanhe a segunda temporada do programa Tela Aberta. O jornalista Marcelo Janot entrevista diretores consagrados e debate questões importantes sobre a produção audiovisual. Confira no site do Tela Aberta.

 
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