O projeto foi dividido em quatro aulas de 90 minutos cada. A primeira aula iniciou-se com a exibição de imagens das obras de Estêvão da Silva, enfatizando toda a sua trajetória de vida, sua habilidade em retratar naturezas-mortas e o reconhecimento conquistado pelo artista na Academia Imperial de Belas-Artes. Durante a aula expliquei a estética e o conceito da arte de Estêvão da Silva.
Na segunda aula propus, em uma roda de conversa com os alunos, uma reflexão sobre a trajetória artística e social de Estêvão da Silva, que teve como pano de fundo o fato de ele ser um homem negro que tinha uma profissão e participava de um universo destinado às pessoas brancas.
Na terceira aula, dividi a turma em cinco grupos e dispus frutas variadas em um ponto no centro da sala para que os alunos pudessem criar pinturas de naturezas-mortas a partir da observação das frutas.
Na última aula montei uma exposição das telas criadas pelos alunos para que todos pudessem apreciar seus trabalhos e admirar o resultado alcançado. Essas mesmas telas participaram da Mostra de Multilinguagens da 8ª CRE e foram selecionadas para a Mostra de Multilinguagens da SME-Rio.
Estêvão Roberto da Silva (1845-1891) foi um grande pintor e professor brasileiro. Foi o primeiro estudante negro a ingressar na Academia Imperial de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, e o primeiro pintor negro de destaque formado pela Academia. Estêvão se notabilizou pelo realismo de suas naturezas-mortas.
Este projeto busca apresentar o artista aos alunos, relacionando sua trajetória vitoriosa e gloriosa às questões e lutas da população negra brasileira, pois Estêvão da Silva lutou arduamente para ter seu trabalho reconhecido e valorizado por uma sociedade que deslegitimava as pessoas negras de forma ainda mais potencializada do que nos dias de hoje.