A dimensão intersetorial e a articulação da rede de serviços nos diferentes territórios constituem um importante âmbito de atuação do Proinape. Como o trabalho que realizamos com 12 unidades escolares e a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) da Clínica da Família Felippe Cardoso. Esta ação foi deflagrada depois que identificamos a necessidade de aprimorar o diálogo entre a Educação e a Saúde no Complexo da Penha.
Durante o ano de 2022, em um contexto de retorno presencial às atividades escolares, depois de um prolongado período de distanciamento social provocado pela pandemia da covid-19, surgiram demandas no campo educacional que sinalizaram amplamente a importância da articulação com a área da Saúde, como:
Na política de saúde, tivemos relatos de aumento de pedidos de laudos vinculados ao processo de inclusão de alunos na Educação Especial.
Frente a esse cenário, após reuniões periódicas entre as equipes do Proinape e do Nasf, planejamos uma série de encontros entre as escolas do território. Os encontros ocorreram no formato de rodas de conversa e utilizaram a metodologia ativa, que leva os participantes ao debate de problemas e situações do cotidiano, buscando a construção de estratégias para o enfrentamento dos impasses.
O debate coletivo foi movido pela discussão de casos e pela apresentação de vídeos que abordavam questões presentes no cotidiano escolar como:
Realizamos encontros bimestrais que tiveram a participação de profissionais representantes do Programa Saúde na Escola (PSE) da 4ª CRE, da Coordenadoria Geral de Atenção Primária (CAP) 3.1 e do Instituto Helena Antipoff (IHA).
Os encontros funcionaram como espaço de formação para todos os profissionais ao permitir que a troca de experiências, discussões de casos, informações sobre legislações, e estratégias de condução das situações apresentadas contribuíssem para o processo de trabalho de cada um dos envolvidos.
Além disso, o aumento do contingente de atores participantes das reuniões – representantes regionais da Gerência de Educação (GED), do PSE da 4ª CRE, do PSE da CAP 3.1 e do IHA – contribuiu para a ampliação das discussões travadas no território, possibilitando deslocá-las para o nível central das respectivas políticas públicas, tendo como premissa que as situações ali descritas refletiam o chamado chão da escola e a atenção primária da Saúde.
Muitas das dúvidas apresentadas pelas escolas e equipes de saúde da família indicam que os encaminhamentos devem ser realizados de forma intersetorial.
No mais, os encontros propiciaram uma aproximação maior entre escolas e a clínicas da família
AMOR, Ana Lucia Moreno et. al. Metodologias ativas na prática médica: relato de experiências em tópicos especiais em saúde da família. Revista de APS (Supl. 2), Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, n. 25, 16 ago. 2022, p. 247-260. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/35020/24900
KOGA, D. Proteção social no território: entre o texto e o contexto. Uniítalo em Pesquisa. São Paulo, Centro Universitário Ítalo Brasileiro (Uniítalo), 6(2): 133-151, abr. 2016. Disponível em: www.italo.com.br/portal/cepesq/revista eletrônica.html
LIMA, Valéria Vernaschi. Espiral construtivista: uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem Interface, Botucatu, Universidade Estadual Paulista (Unesp), 21(61): 421-434, abr.-jun. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0316