Sou formada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/Uerj) e pós-graduada em Psicopedagogia e Educação Especial pela Faculdade FaSouza, de Ipatinga (MG), o que me possibilita trabalhar como professora do Ensino Fundamental I e de Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Atuo na alfabetização desde 2010 como professora do município. Por dois anos seguidos, trabalhei com uma turma do projeto de alfabetização Nenhuma Criança a Menos.
Participei de capacitações nas áreas de Alfabetização e de Educação Especial, das quais destaco as formação em Alfabetização promovida pelo Profappe em 2015 e a formação Aperfeiçoamento em Educação Especial e Inclusiva oferecida pela Cecierj/Uerj em 2019.
A leitura de ajuste permite que o estudante em fase inicial de alfabetização leia a partir da recitação de um texto ou canção que conheça de cor. A proposta consiste em o aluno apontar as palavras do texto escrito enquanto lê, relacionando-as ao recitado. Depois, por meio de intervenções do(a) professor(a), o estudante é instigado a refletir sobre o processo de leitura e escrita através do reconhecimento de palavras, letras e rimas.
Antes da leitura de ajuste com os estudantes da turma 1101, propus uma brincadeira de roda com a cantiga infantil Corre, cutia!. O objetivo foi articular o lúdico com as situações de aprendizagem ocorridas em sala de aula. Dessa forma, foi possível que todos os alunos da turma memorizassem a música. Os versos da cantiga Corre, cutia! foram escritos em letras de imprensa maiúsculas e expostos em um cartaz. Fizemos uma leitura coletiva. Enquanto as crianças cantavam a canção, eu apontava as palavras no cartaz com o auxílio de uma régua, proporcionando a elas a oportunidade de compreender que existe relação entre o que é escrito e o que é falado. Em seguida, convidei os estudantes a fazer a leitura de ajuste diante da turma. Ao longo da atividade, fiz intervenções estimulando-os a refletir sobre especificidades do sistema de escrita alfabética como espaçamento entre palavras, direção da escrita e som inicial e som final das palavras. Em seguida, cada estudante recebeu uma cópia em papel dos versos da cantiga infantil e sugeri que circulassem as palavras ditadas, sinalizando oralmente as rimas.
De acordo com o nível de desenvolvimento individual alcançado, os estudantes trabalharam atividades sistematizadas como texto fatiado e autoditado, com e sem apoio. Também desenvolvemos atividades que promovem a interdisciplinaridade, favorecendo o diálogo entre as diversas áreas do conhecimento como contagem e registro de quantidades e adições com os elementos que aparecem na canção.
Segundo SOARES (2020), “o texto deve ser o eixo central do processo de alfabetização”. Por isso, é importante que a criança esteja exposta ao texto, mesmo que ainda não tenha adquirido as habilidades de decodificação, principalmente quando o contato é com um texto conhecido e que faça sentido para ela.
As atividades de leitura de ajuste foram realizadas no 1º ano, em vários momentos, abordando outros textos como letras de cantigas de roda, versos e parlendas.
Diante da realização das atividades, foi possível observar que os alunos desenvolveram segurança e autoconfiança ao perceberem que conseguiam ler e localizar as palavras no texto, sendo provocados a um processo de reflexão contínua sobre o sistema de escrita. Eles puderam perceber a importância da leitura, auxiliar seus colegas e compartilhar com eles suas reflexões e sentiram-se motivados a descobrir novos fonemas que possibilitassem a leitura de novas palavras
RIO DE JANEIRO (Cidade). Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Educação. Priorização Curricular 2022. Acesso em: 27 set. 2022.
SMITH, Frank. Leitura significativa. Trad. Beatriz Afonso Neves. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
SOARES, Magda. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo: Contexto, 2020.