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Boas Práticas
Educação de Jovens e Adultos (EJA Rio)
O Trabalho Invisível do Cuidar
Informações
Relato
Resultados Observados
UNIDADE DE ENSINO
Ee Marly Fróes Peixoto - 2ª CRE
Rua Jardim Botânico 660 - Jardim Botânico
Unidade não vocacionada


AUTOR

ETEL LOUREIRO DE CARVALHO DA SILVA

Ao longo de 19 anos na rede pública municipal de ensino, construí uma trajetória sólida e dedicada à educação inclusiva. Durante 13 anos como professora, tive a oportunidade de atuar diretamente com alunos da educação especial, o que despertou em mim o desejo de aprofundar meus conhecimentos, levando-me a concluir graduações em Psicologia e Psicopedagogia. Essas formações ampliaram minha capacidade de entender as nuances do processo de aprendizagem e me permitiram oferecer um apoio mais individualizado aos alunos. Nos últimos 3 anos, como coordenadora pedagógica, tenho trabalhado com foco em práticas

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: COORDENADOR PEDAGÓGICO

ANOS/GRUPAMENTOS ENVOLVIDOS
EJA I - Bloco 1
OBJETIVO(S) DAS ORIENTAÇÕES CURRICULARES EJA RIO ALINHADO(S) COM A PRÁTICA

Este projeto surge dentro do eixo trabalho proposto nas orientações da EJA e a partir de observações cotidianas no ambiente escolar, onde muitas mães de alunos com deficiência enfrentam a árdua tarefa de conciliar a vida profissional com o cuidado diário de seus filhos. Essas mulheres, que acumulam múltiplas responsabilidades, são as principais cuidadoras e, muitas vezes, são sobrecarregadas pela falta de reconhecimento social desse trabalho. Ao mesmo tempo, mulheres com deficiência que desempenham atividades de cuidado também se deparam com desafios que frequentemente não são valorizados ou percebidos como trabalho pela sociedade.

Essa realidade invisibilizada gera impacto emocional, físico e psicológico nas cuidadoras, resultando em desgaste e isolamento. Compreendendo essa situação, decidimos desenvolver um projeto que valorize esse trabalho, buscando visibilizá-lo e proporcionar espaços de apoio e conscientização dentro da comunidade escolar.

COMPONENTE CURRICULAR
EJA I - Bloco 1 - Educação Física - Conhecer o seu corpo e atitudes promotoras de saúde, como a prática de exercícios físicos, os hábitos de higiene e a alimentação saudável.
EJA I - Bloco 1 - Educação Física - Reconhecer-se como sujeito produtor da diversidade de manifestações da cultura corporal e dos sentidos para elas produzidos, nas diferentes sociedades e grupos, especialmente nas manifestações de cultura popular,indígenas e afro-brasileiras
EJA I - Bloco 1 - História/Geografia - Compreender a cidadania como um processo de ampla e irrestrita participação na sociedade, incluindo o exercício de seus direitos e deveres civis, sociais e políticos
EJA I - Bloco 1 - História/Geografia - Compreender os mundos do trabalho a partir dos sentidos de trabalho, das relações de desigualdade de classe, gênero e étnicorracial, das suas transformações históricas e das novas relações de trabalho nas diversas sociedades, especialmente considerando o Brasil e o Rio de Janeiro.
EJA I - Bloco 1 - Língua Portuguesa - Experimentar a oralidade como meio de produção de si e do mundo; de criação, expressão, comunicação, argumentação e interação social, em situações e contextos diversos, formais e informais, inclusive em meio digital, adequados aos objetivos, gêneros discursivos e interlocutores, nas culturas brasileira, popular, indígenas e afro-brasileiras.
EJA I - Bloco 1 - Língua Portuguesa - Produzir textos não verbais e verbais (tais como listas, bilhetes, cartazes, formulários, currículos, frases que expressem seus pensamentos ou escritas de si etc.), coletivos e individuais, com mediação docente, em situações comunicativas e contextos sociais diversos, formais e informais, adequadas aos objetivos, gêneros discursivos e interlocutores, inclusive em meio digital, ampliando possibilidades de produção e publicação dos textos.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Abril/5/20 até atualmente
PÁGINA(S) DA PRÁTICA/PROJETO NA INTERNET

No contexto escolar, observamos que muitas mães são cuidadoras de pessoas com deficiência e alunas com deficiência intelectual também; sempre equilibrando suas responsabilidades com atividades profissionais fora de casa. Esse cenário gerou a necessidade de um projeto que reconhecesse o trabalho invisível dessas mulheres.

Para documentar e valorizar esse cuidado, os alunos e responsáveis realizaram uma série de fotos e vídeos em casa desse cuidadores ou cuidando. Foram capturadas as atividades diárias que, muitas vezes, não são reconhecidas como trabalho e geram um grande desgaste emocional. Essas imagens mostram o esforço constante que essas mulheres dedicam ao lar e ao cuidado.

Adicionalmente, promovemos uma roda de conversa para discutir o desgaste emocional decorrente da falta de reconhecimento social. Nesses encontros, as participantes compartilharam suas experiências, frustrações e desejos, refletindo sobre a importância de valorizar e visibilizar suas contribuições e promovendo um espaço de apoio e empoderamento.

Com isso, buscamos transformar a percepção do cuidado em nossa comunidade escolar e formando multiplicadores, reconhecendo seu valor e impactando positivamente a autoestima dessas mulheres.

O trabalho invisível das mulheres no cuidado de seus filhos com deficiência é uma questão social de grande relevância, que impacta profundamente as famílias e comunidades. Essas mães desempenham um papel crucial no desenvolvimento, bem-estar e inclusão de seus filhos, muitas vezes à custa de sua própria saúde física, emocional e financeira. Apesar disso, o trabalho que realizam é frequentemente desvalorizado e invisível aos olhos da sociedade. Ao longo do processo, percebemos o quanto elas não reconheciam essas atividades como trabalho, desvalorizando suas habilidades e potencialidades ou utilizando a deficiência dos filhos ou a sua para justificar o não auto cuidado. O projeto provocou em toda comunidade escolar maior conscientização sobre o valor do auto cuidado, fortalecimento da rede de apoio entre as mães, mudança nas percepções sobre o trabalho invisível realizado por essas mulheres, fortalecimento da inclusão e da valorização da diversidade na escola.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

* Borges, M. (2004). Trabalho e gestão de si : para além dos “recursos humanos”. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 7, 41-49. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v7i0p41-49

DOI : 10.11606/issn.1981-0490.v7i0p41-49

* Canguilhem, G. (2009). O normal e o patológico. Forense Universitária

* Clímaco, J. (2020). Análise das construções possíveis de maternidades nos estudos feministas e da deficiência. Revista Estudos Feministas, 28(1), e54235. https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n154235 DOI : 10.1590/1806-9584-2020v28n154235

* Dorna, L., & Muniz, H. (2018). O maternar como atividade de trabalho. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 13(2), 1-16.

* Brasil de fato: https://www.brasildefato.com.br/2021/03/15/dossie-aborda-trabalho-invisivel-de-mulheres-e-meninas-ao-redor-do-mundo em 05/2024

* Nouroudine, A. (2011). Como conhecer o trabalho quando o trabalho não é mais o trabalho ? Trabalho, Educação e Saúde, 9, 69-83. https://doi.org/10.1590/S1981-77462011000400004

DOI : 10.1590/S1981-77462011000400004

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