A escolha pelo tema ocorreu após a escuta das narrativas relacionadas às crianças da educação especial, como: “Ela não fala?”; “Ela é bebê?”; “Ele não entende?” ou atitudes de cuidados que não favorecem a autonomia da criança. Esses questionamentos e comportamentos infantis mostram a importância de abordarmos a inclusão das pessoas com deficiência de maneira acessível à faixa etária na intenção de evitarmos situações e atitudes capacitistas. Apresentamos o
alfabeto manual e em braille; realizamos vivências para sensibilização e problematização,
como: uso da bengala, desenho com os olhos vendados, futebol de cego, entre outros. Para as contações de histórias as professoras tiveram o cuidado de escolher títulos em que a
deficiência aparecia como uma característica e não com narrativas capacitistas, essas vivências foram ampliadas à comunidade. Também realizamos a apresentação dos cartões da comunicação alternativa, recurso já utilizado no EDI em virtude das crianças não verbais; ampliamos a identificação dos espaços e incluímos o passo a passo de como usar o banheiro e lavar as mãos, ilustrados com os cartões. Assistimos ao vídeo: “turma da Mônica em inclusão social” pois apresenta de
forma lúdica o tema em questão e outros vídeos sobre o protagonismo de pessoas com
deficiência, como esse ano tivemos as paralimpíadas, foram apresentados as modalidades disputadas, em especial o Gabrielzinho, atleta que mais chamou a atenção delas.
A prática em questão vai ao encontro dos objetivos de aprendizagem da BNCC
(2018), além do que ressalta a LDB (1996) sobre o direito dessas crianças à matrícula em uma unidade escolar que contemple as suas necessidades. Farah (2010, p. 404) questiona: “Que tipo de diálogo pode-se propor sem antes constatar os diferentes sujeitos-corpos que somos (cheiros, cores, formatos, gestuais, padrões motores, sexualidades) e aceitarmos um diálogo com esses sujeitos que têm outros modos de aprender, de se relacionar e de se comunicar por meio de outros sistemas: Sistema Braille, Língua de Brasileira de Sinais - LIBRAS; e outros modos de estar e transitar no mundo: cadeira de rodas, muletas, andadores, mas também com seus modos de compreender o mundo?”. Acreditamos que essas vivências contribuam para o respeito às diferenças e necessidades individuais de cada sujeito, promovendo a inclusão por meio de um ambiente escolar diverso e lúdico.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. LDB: Lei das Diretrizes e Bases da Educação nacional. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996
FARAH, Marisa Helena Silva. O corpo na escola: mapeamentos necessários. Paidéia
(Ribeirão Preto), v. 20, p. 401-410, 2010.
Projeto Político Pedagógico: documento de referência para prática pedagógica, Espaço de Desenvolvimento Infantil Chácara do Céu, Rio de Janeiro, 2024.