1. Estimular um ambiente escolar mais saudável e seguro, por meio da sensibilização e conscientização dos alunos sobre as temáticas de bullying e cyberbullying.
2. Através das rodas de conversa, busca-se oferecer um espaço acolhedor e empático, além de instrumentalizar os estudantes com conhecimentos críticos que os capacitem a identificar, prevenir e agir de forma assertiva diante das situações de bullying e cyberbullying.
3. Fortalecer as habilidades socioemocionais dos alunos, incentivando a empatia, o respeito às diferenças e a comunicação positiva.
4. Promover a integração entre a comunidade escolar e os alunos, estimulando o protagonismo juvenil, e criar um espaço para o diálogo contínuo e colaborativo entre os diferentes atores escolares.
A prática desenvolvida nas escolas EM Aleksander Henryk Laks e EM Menezes Cortes baseia-se em uma abordagem participativa e dialógica, com foco nos temas da adolescência, principalmente bullying e cyberbullying. Realizaram-se encontros semanais de 1h de duração, com pequenos grupos de alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do Projeto Carioca II.
O PROINAPE promoveu rodas de conversa que se iniciavam com uma breve introdução ao tema, com o uso de dinâmicas interativas, discussões em pequenos grupos e perguntas reflexivas, para incentivar a participação ativa.
Criou-se um ambiente de confiança, garantindo que todos se sentissem ouvidos e respeitados em suas colocações. A mediação se realizou de forma a acolher experiências pessoais que pudessem emergir, sempre com foco na construção de soluções coletivas e no fortalecimento de habilidades socioemocionais, como empatia, cooperação, autoestima e respeito.
Após a exploração dos temas centrais, os alunos refletiam sobre como o bullying e o cyberbullying impactam a convivência escolar e suas vidas fora da escola. Essa fase foi fundamental para que os estudantes compreendessem não apenas as consequências psicológicas e emocionais dessas práticas, mas também suas implicações legais e sociais.
Para fortalecer o engajamento e o protagonismo juvenil, os alunos receberam orientações sobre como podem agir diante de situações de bullying e como identificar e auxiliar seus pares que estejam enfrentando essas dificuldades. Também foram discutidas estratégias de uso responsável da internet e das redes sociais, evitando comportamentos nocivos no ambiente virtual.
Em complemento às discussões teóricas, a prática envolveu atividades que integraram os alunos e a comunidade escolar:
Mural sobre Bullying e Cyberbullying: Os alunos criaram um mural em um local de destaque na escola, com mensagens, ilustrações e informações sobre o tema. O objetivo foi sensibilizar a comunidade escolar sobre o impacto dessas práticas e a importância do respeito na escola.
Entrevistas com a Comunidade Escolar: Os grupos produziram entrevistas com professores, colegas e funcionários da escola sobre suas percepções em relação ao bullying e cyberbullying. As entrevistas, registradas em vídeo, serão compartilhadas nas redes sociais das UEs, ampliando o alcance da conscientização e envolvendo toda a comunidade no debate.
Ação de Sensibilização: Como culminância do projeto, os alunos estão organizando um dia de ação em cada UE. Nesse dia, eles distribuirão balas acompanhadas de mensagens positivas, elaboradas previamente. Além disso, discutirão o tema nas salas de aula, promovendo um diálogo direto com os demais estudantes sobre a importância de se combater o bullying e promover a cultura de paz na escola.
Essa metodologia, que combina o diálogo reflexivo com atividades práticas e engajadoras, visou não apenas sensibilizar os alunos, mas também transformá-los em multiplicadores de uma cultura de respeito e empatia na escola.
Espera-se que essa intervenção produza impactos significativos no clima escolar, favorecendo uma cultura de respeito mútuo e prevenção à violência. Ao sensibilizar os alunos para os riscos e danos associados ao bullying e cyberbullying, o projeto visa reduzir a ocorrência dessas práticas nas UEs. Ao promover a participação ativa dos estudantes na construção de ações de sensibilização, espera-se que haja um fortalecimento do protagonismo juvenil e do senso de pertencimento à comunidade escolar.
Outro impacto é a criação de um canal de diálogo mais aberto entre alunos, professores e funcionários, promovendo um ambiente mais inclusivo e colaborativo. As atividades práticas, como murais e entrevistas, permitem que os alunos consolidem o aprendizado de forma criativa, ao mesmo tempo em que estimulam a conscientização de toda a comunidade escolar. A ação de sensibilização, por sua vez, busca ampliar o alcance do projeto e incentivar mudanças comportamentais sustentáveis no cotidiano escolar.
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