Nasci no Rio de Janeiro em 27 de maio de 1982. Filha da professora e funcionária pública Maria Elizabete da Silva Bastos e do aeroviário Efraim Louzada Bastos, formei-me pelo IE Carmela Dutra em 1999.
Cursei Pedagogia na Universidade Federal Fluminense (UFF) de 2001 a 2006. No ano seguinte, ingressei na rede municipal de educação do Rio como professora na E.M. Irineu Marinho (5ª CRE) em Marechal Hermes.
Cinco anos depois, assumi a coordenação pedagógica da unidade. Em 2020, trabalhei na Coordenadoria de Avaliação e Acompanhamento da SME-Rio.
No ano seguinte, retornei ao chão da escola como coordenadora pedagógica na E.M. Luís Carlos da Fonseca (5ª CRE) em Madureira.
O projeto começou com a leitura do livro O tupi que você fala, do escritor e jornalista Claudio Fragata. A obra faz parte do acervo bibliográfico adquirido pela escola para o cumprimento da Lei N° 10.639, que torna obrigatória a inclusão da história e cultura afro-brasileira no currículo oficial dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio.
Com a leitura do livro, todos perceberam que a língua tupi não está tão longe da língua que falamos. A partir de palavras identificadas no texto, começamos a discutir o porquê de utilizarmos tantos vocábulos de origem tupi no nosso cotidiano e concluímos que o português falado no Brasil incorporou traços da cultura dos nossos povos indígenas originários, sobretudo os da cultura tupi.
Utilizamos o tema indígena de forma que ajudasse a desenvolver o processo de leitura e escrita dos alunos. As descobertas proporcionadas pela leitura do livro foram trabalhadas em rodas de conversa, listas de palavras e textos coletivos, contemplando a habilidade “Elaborar coletivamente produções textuais a partir de histórias lidas ou ouvidas, assumindo diferentes papéis – professor como escriba/aluno como escritor”.
Assim, a professora da turma 1102 elaborou com os alunos uma relação de palavras de origem tupi já incorporadas ao nosso vocabulário.
A escola também contou com material cedido pelo Museu do Índio, o que permitiu o contato das crianças com o cotidiano dos mais de 305 povos indígenas que habitam o Brasil.
Os estudantes puderam perceber, por exemplo, semelhanças entre a alimentação dos indígenas e a nossa. Batata-doce, milho e mandioca são alimentos comuns a ambas as populações.
A atividade contemplou a valorização da diversidade, reconhecendo caracteres identitários básicos presentes na Priorização Curricular. E o movimento empreendido foi importante para percebermos que a cultura indígena constitui a cultura brasileira.
A atividade contribuiu decisivamente para que as crianças exercitassem o uso da leitura e da escrita e, por conseguinte, explorassem um tema muito importante e que pode ser uma constante no planejamento docente.
A diversidade cultural e a origem do povo brasileiro são conteúdos que precisam ser explorados ao longo do ano letivo, tendo em vista as possibilidades de materiais e acervos já disponibilizados para a escola.
A participação das turmas envolvidas foi significativa, o que possibilitou que o projeto alcançasse os objetivos propostos.
Os alunos ficaram encantados e muito curiosos, pois puderam experimentar a cultura indígena brasileira, até então limitada a relatos de livros e fotografias.