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A Atividade Mineradora e a Expansão Pastoril

A descoberta do ouro, em fins do século XVII, permitiu a interligação da pecuária do Nordeste e do Rio Grande do Sul com a região mineradora. Os habitantes das Gerais - áreas dos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso - tendiam a dedicar-se exclusivamente à atividade_mineradora, precisando comprar tudo o que consumiam de outros locais. Não foram raras, ali, as crises de abastecimento e de falta de alimentos.

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A primeira atividade a ser incrementada em função do abastecimento das minas foi a pecuária nordestina. Devido à proximidade dos "currais" do Rio São Francisco com as Gerais, os fazendeiros do sertão passaram a vender seu gado aos mineradores.

No lombo de mulas o ouro chegava ao porto do Rio de Janeiro, de onde era embarcado para Portugal. Inicialmente, os próprios escravos, "as bestas humanas", serviam como carregadores. No entanto, precisava-se dos escravos na extração do ouro e eles não podiam ser desviados de seu trabalho. Os cavalos, empregados normalmente para o transporte, não agüentavam o relevo acidentado da região. A solução foi o uso de mulas, animais mais resistentes, que conseguiam locomover-se em trilhas íngremes levando pesadas cargas. Como apontou o economista Celso Furtado, "as tropas de mulas constituíram uma autêntica infra-estrutura da mineração", na medida em que o gado muar desempenhou um papel chave no transporte da região.

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Os tropeiros, condutores das tropas de animais, levaram as mulas até as vilas próximas a São Paulo, principalmente a de Sorocaba, onde os comerciantes das minas vinham buscá-las. A feira de Sorocaba, a maior e mais famosa da Colônia, tornou-se o centro distribuidor de muares, chegando a vender em certos anos mais de 30 mil mulas.

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