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Aprendizagem colaborativa em ambientes virtuais
07 Abril 2015 | Por Fernanda Fernandes
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Como é que é - Foto 2No primeiro episódio da série televisiva Como É Que É?, produzida pela MultiRio, o jovem Tomás recorre a um site na internet para tirar dúvidas sobre o pH. Nessa plataforma, ele expõe sua questão e recebe respostas de outros usuários que estão on-line. Recorrer a esse tipo de ambiente virtual para solucionar questões, sobretudo relacionadas a deveres de casa ou trabalhos escolares, tem sido comum entre crianças e adolescentes, que veem na internet uma de suas principais fontes de informação. 

Por dificuldade de encontrar e filtrar respostas em sites de busca, vergonha de fazer perguntas durante a aula ou mesmo por não ter a quem pedir ajuda com uma matéria difícil em casa, estudantes acabam recorrendo a fóruns de perguntas, grupos de estudo em redes sociais (como o Facebook) e outras plataformas que promovem o aprendizado por meio da colaboração mútua.

“A aprendizagem social, ou social learning, se dá quando o conhecimento é construído de modo coletivo. Discutir e pensar em grupo traz um resultado muito superior, nos surpreendemos com a visão do outro. A importância crucial, sobretudo para crianças e adolescentes, é a superação do egocentrismo e a construção da autonomia”, destaca Heloisa Padilha, educadora e psicopedagoga.

No artigo Ambientes Virtuais para a Aprendizagem Colaborativa no Ensino Fundamental, Rosana Romanó, especialista em Novas Tecnologias em Educação, afirma que esse tipo de ambiente colaborativo reforça a ideia de que cada aluno é um professor, diminui os sentimentos de isolamento e receio da crítica, aumenta a autoconfiança, a autoestima e a integração no grupo e fortalece o sentimento de solidariedade e respeito mútuo.

No entanto, especialmente em espaços virtuais, é essencial estar atento à confiabilidade da informação. “Pais e professores devem incentivar os estudantes a pesquisar, juntar opiniões e compará-las. Ensiná-los a desconfiar, buscar a origem da informação, reconhecer quando ela é boa e procurar fontes e links que comprovem o que foi dito”, orienta Heloisa Padilha.

Educação e entretenimento

A função de rede social com gamificação é um aspecto que tem atraído crianças e adolescentes a sites em que possam tirar dúvidas escolares. “Isso é a aproximação de educação e entretenimento, uma estratégia de ensino e aprendizagem. É uma linguagem muito próxima ao universo dos estudantes e, no caso dos jogos, uma ótima maneira para veicular conteúdo e transmitir conceitos. A aprendizagem é sempre mais ágil, principalmente com adolescentes”, defende a psicopedagoga. “Fora desse universo, está cada vez mais difícil atrair os alunos.”

Um exemplo desse tipo de site é o Brainly. Visitado por 40 milhões de usuários únicos por mês (dados globais) e totalmente gratuito, é o maior grupo de plataformas educacionais de ajuda com as lições de casa no mundo. O portal foi criado na Polônia em 2009, mas chegou ao Brasil apenas no final de 2012. O objetivo dos criadores era usar a internet para promover educação, cooperação e desenvolvimento social e intelectual – e não apenas entretenimento.

Hoje, no Brasil, são mais de 970 mil usuários cadastrados e, conforme divulgado no site, 80% das perguntas recebem respostas em até dez minutos. “A faixa etária mais expressiva é de jovens entre 15 e 20 anos. O nosso foco principal foram alunos de Ensino Fundamental e Médio, porém, no Brasil, vimos que estudantes do Ensino Superior também têm grande interesse na plataforma. Por isso, adicionamos outras categorias, como Pedagogia, Administração, Direito etc.”, conta Anna Skwarek, gerente da versão brasileira. No país, a matéria mais popular é Matemática (com 327 mil perguntas feitas só no ano passado), seguida de História, Biologia, Geografia, Português e Física.

Brainly - foto OK

A dinâmica é simples. Depois de realizar um cadastro, o usuário recebe determinado número de pontos, que precisa gastar cada vez que faz uma pergunta. Para ganhar mais pontos – e, assim, poder tirar suas dúvidas –, os estudantes devem ajudar uns aos outros.

As questões são divididas por temas, e os alunos que respondem de maneira mais clara e completa recebem pontos adicionais e podem entrar para o ranking. Ao clicar no botão “Obrigado”, o usuário não apenas agradece a ajuda que lhe foi dada, como pode passar a trocar mensagens privadas ou iniciar um bate-papo entre os envolvidos.

Para garantir o bom funcionamento da plataforma, moderadores asseguram a qualidade das respostas, verificam se as perguntas são feitas de forma clara e atuam como guias para os novos usuários. Professores, pais ou alunos que se destacam na rede também podem se candidatar e colaborar com o serviço.

 

Fonte:

ROMANÓ, R. S. Ambientes Virtuais para a Aprendizagem Colaborativa no Ensino Fundamental. Athena – Revista Científica de Educação, v. 2, n. 2, p. 73-88, 2003.

 
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