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As muitas facetas da criatividade humana
03 Fevereiro 2014 | Por Larissa Altoé
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museu casa_do_pontalDe norte a sul do Brasil, o povo cria objetos, utensílios, roupas para o dia a dia que, além de úteis, são belos. Mais do que isso: há verdadeiros artistas entre esses artesãos. Cuias dos índios do Amazonas, rendas do Nordeste, peças de mobiliário em Minas Gerais, ovos pintados (pêssanka) no Sul do Brasil. Os exemplos surgem em um simples puxar pela memória.

Sorte nossa que a cidade do Rio de Janeiro seja lugar privilegiado para se conhecer artesanato de todas as regiões brasileiras. Comecemos com o maior e mais significativo museu de arte popular do país, que está situado no Recreio dos Bandeirantes e se chama Casa do Pontal.

Acervo feito por designer francês em meio a um exuberante jardim

O acervo do Museu Casa do Pontal possui oito mil obras de 200 artistas, colecionadas por Jacques Van de Beuque, a partir de 1950. Passeando por entre as peças, têm-se uma expressiva mostra da memória das camadas populares. As 4.500 obras em exposição permanente dão ao visitante uma visão abrangente da vida e da cultura do homem brasileiro.

Jacques Van de Beuque tem uma história que vale a pena ser contada. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi mandado para um campo de trabalhos forçados na Alemanha, por ter participado da resistência francesa. Depois de dois anos, conseguiu fugir. O pintor Cândido Portinari, amigo dele, recomendou-lhe o Brasil para viver, já que precisava de luz, natureza e calor humano para esquecer os anos da guerra.

No Brasil, Van de Beuque, que tinha cursado Belas Artes, trabalhou como designer fazendo estandes, vitrines e exposições para grandes empresas. Em uma viagem a trabalho, conheceu em Recife, Pernambuco, as miniaturas em barro tão características daquela região. Encantou-se pela vivacidade, pelas cores e formas das obras. Comprou algumas delas e não parou mais de colecionar esse tipo de arte, formando o que é hoje o acervo do Museu Casa do Pontal.

Na época em que iniciou a coleção, os objetos criados pelas pessoas simples, do povo, eram vistos, em geral, como documentos e objetos etnográficos, ou seja, apenas como objeto-testemunho de uma tradição ou de uma prática de vida. Jacques entendia essa produção como arte.

“Independente de quem faz, das circunstâncias em que é feito, só comprei peças que me impactaram como obras de arte. Jamais cedi a razões ideológicas. Usei meu gosto pessoal. Na maioria das vezes, não posso dizer por que esta peça é melhor do que aquela. Apenas sei que uma me fala mais do que a outra. A peça fala por si. Nem sempre um mesmo artista produz coisas instigantes o tempo todo. Há um conjunto de elementos que os críticos de arte nomeiam e que eu apenas sinto. Tem a ver com harmonia, com ironia, com um algo mais provocativo que faz uma peça tornar-se única." (Depoimento de J. Van de Beuque, retirado da dissertação de Mestrado de Angela Mascelani, EBA/UFRJ, 1996.)

Para quem vai até o Museu Casa do Pontal, há ainda uma outra atração: o jardim de nove mil metros quadrados, situado entre o Maciço da Pedra Branca e a Prainha.

Vale lembrar que escolas públicas podem agendar visitas teatralizadas gratuitas. Professores e estudantes, ao final da visita, levam consigo material que pode ser usado depois, em sala de aula. Em 2013, a Escola Municipal São João Batista, de Cordovil, fez essa visita à Casa do Pontal. A professora Erika de Freitas e os alunos do 1º ano receberam um kit com fotos e documentário. “Minha ideia é comprar argila e propor aos alunos tentar reproduzir um pouco do que viram aqui hoje”, disse a professora. Se quiser assistir a essa visita, clique aí do lado e veja o programa Educação em Rede – As muitas linguagens da escola.

Mais detalhes no site da Casa do Pontal e pelo telefone 2490-2429.

Do produtor direto para o consumidor

Saindo da Zona Oeste e indo para o Catete, Zona Sul, encontramos, ao lado do Museu da República, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, onde se pode comprar peças feitas nas mais distantes vilas e povoados brasileiros. O espaço de comercialização é ponto de escoamento da produção de artistas e comunidades artesanais. Há brinquedos, objetos de decoração, arte sacra, toalhas de mesa e muitos outros produtos interessantes. Funciona de terça a sexta-feira, das 11h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h.

Faça você também

Caso o entusiasmo pelos trabalhos artísticos ganhe fôlego a ponto de querer você mesmo desenvolver algo parecido, é só ir até a Praça Onze, onde fica o Centro Municipal de Artes Calouste Gulbenkian. A Prefeitura oferece em suas 32 salas diversos cursos de capacitação em áreas como marcenaria, serigrafia, costura, desenho, pintura, escultura, música e teatro.

Diversão

Para fechar esse circuito ligado à arte popular brasileira, nada melhor do que se divertir na Feira de São Cristóvão, cujo nome oficial é Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas. Centenas de barracas oferecem comida típica, se ouve e se dança o forró e, se quiser, ainda leva para casa produtos vendidos nas mercearias.

Serviço:

Museu Casa do Pontal
Terça a sexta, das 9h30 às 17h.
Sábados, domingos e feriados, durante o horário de verão, das 10h30 às 18h.
Agendamento gratuito para escolas públicas no telefone 2490-2429.
Endereço: Estrada do Pontal, 3.295, Recreio dos Bandeirantes.
Ingressos variam entre R$2 e R$10. Crianças até 6 anos não pagam. 

Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Rua do Catete, 179 e 181
Telefone: 2285-0441

Centro Municipal de Artes Calouste Gulbenkian 
Rua Benedito Hipólito, 125, Praça Onze 
Telefones: 2224-2628 e 3038

Feira de São Cristóvão
Terça a quinta, das 10h às 18h. Nos finais de semana, abre às 10h de sexta-feira e só fecha às 21h de domingo. Entrada franca, exceto feriados e dias de show.
Endereço: Campo de São Cristóvão s/n°

 
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