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Como está o ar da cidade?
03 Junho 2015 | Por Fernanda Fernandes
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ar dentroBoa parte dos cariocas se preocupa com a qualidade da água das praias, está atento ao descarte adequado do lixo ou nota e até mesmo se aborrece com a poluição sonora nas áreas mais movimentadas da cidade. Mas e o ar que respiramos, como está?

Em geral, os efeitos da má qualidade do ar não são tão visíveis ou fáceis de se identificar no dia a dia. Talvez por isso, os dados impressionem ainda mais. Em 2012, por exemplo, cerca de 7 milhões de pessoas morreram como resultado da exposição à poluição do ar, o que corresponde a uma em cada oito mortes no mundo. Os números são da Organização Mundial da Saúde (OMS), e confirmam que a poluição do ar é hoje o maior risco mundial de saúde ambiental.

Um estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade apresentado no último mês também constatou que, em 2011, o número de mortes atribuídas à poluição no estado do Rio foi cerca de 1,5 vezes maior do que os 3044 óbitos por acidente de trânsito e quase três vezes maior do que as mortes por câncer de mama ou decorrentes da Aids.

O ar da cidade

O Ministério do Meio Ambiente define a poluição atmosférica como qualquer forma de matéria ou energia com intensidade, concentração, tempo ou características que possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora; ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e à qualidade de vida da comunidade.

Entre as maiores causas da introdução de substâncias poluentes à atmosfera, resultantes da ação do homem, estão os processos industriais e de geração de energia, os veículos automotores e as queimadas.

Na cidade do Rio, o monitoramento da qualidade do ar é feito por meio do Programa MonitorAr – Rio, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O Programa dispõe de oito estações fixas (Centro, Copacabana, São Cristóvão, Tijuca, Irajá, Bangu, Campo Grande e Pedra de Guaratiba) que operam 24 horas por dia na análise de partículas e gases. Uma unidade móvel também transita em cada região da cidade durante um período de três meses.

O monitoramento da qualidade do ar é extremamente relevante, pois permite a construção de um histórico de dados que serve como base para guiar o gerenciamento e até avaliar a efetividade do próprio monitoramento. Assim, a partir desses resultados, é possível sugerir melhorias nos instrumentos, planejar ações e políticas públicas no sentido de melhorar a qualidade do ar e até mesmo de identificar uma situação de emergência e emitir alertas à população.

Centro Foto Raphael Lima SMACBoletins de qualidade do ar de todas as regiões da cidade são disponibilizados regularmente no site da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e nos boletins diários divulgados pelo Centro de Operações Rio (COR). Neles, é apontado o Índice da Qualidade do Ar (IQA), calculado em função da concentração de cada um dos poluentes – dióxido de enxofre, monóxido de carbono, material particulado, ozônio e dióxido de nitrogênio.

Na última publicação consultada (02/06), essa qualidade foi classificada como boa em todas as regiões. Segundo a Prefeitura, a melhoria do ar no centro da cidade se deve, sobretudo, às mudanças no trânsito naquela região com o novo traçado das linhas de ônibus e a diminuição do fluxo de veículos – já que o transporte é responsável por 37% da emissão dos gases de efeito estufa na cidade.

A ampliação da malha cicloviária, o aumento do número de passageiros em transporte de alta capacidade e a diminuição da frota de ônibus em circulação são algumas alternativas para a redução da emissão de gases veiculares (fator que mais contribui para a poluição atmosférica) e, consequente, melhoria na qualidade do ar.

O MonitorAr-Rio também desenvolve um programa de educação ambiental voltado para o tema qualidade, que promove a conscientização de crianças, adultos e idosos.

A poluição e os riscos para a saúde

As condições meteorológicas influenciam diretamente a condição do ar que respiramos. Segundo Felipe Sombra, engenheiro químico, quando as temperaturas estão mais elevadas a qualidade do ar fica relativamente melhor, já que nessas condições os gases poluentes se dispersam mais facilmente na atmosfera. O contrário acontece quando as temperaturas caem. “Quando está mais frio, o ar fica mais denso, evitando a dispersão dos poluentes na atmosfera”, explica.

E esses poluentes trazem efeitos danosos à saúde da população. De acordo com o doutor Pedro Rothman, médico do Serviço de Pneumologia do Hospital Federal de Bonsucesso, a poluição, principalmente nos grandes centros urbanos, pode afetar a saúde da população de duas maneiras principais: causando sintomas irritativos nas vias aéreas superiores e inferiores (tosse, chiado, lacrimejamento, dor de garganta), e piorando o quadro clínico de pacientes que já possuem doenças respiratórias crônicas (como a asma).

grafico AR

Como prevenção, alguns cuidados podem ser tomados. “Evitar atividades ao ar livre em períodos em que a poluição se faz mais presente, como nos meses de inverno, no meio do dia ou em períodos de seca prolongados, nos quais a concentração de partículas tóxicas no ar é maior e a umidade do ar é menor; e aumentar a ingestão de líquidos. Em caso de sintomas irritativos, é aconselhável lavar os olhos com soro fisiológico”, aconselha o médico.

Segundo Pedro Rothman, existem estudos em andamento para avaliar o risco de câncer de pulmão relacionado à exposição prolongada a partículas tóxicas presentes no ar poluído.

Fontes:
Site da Prefeitura do Rio de Janeiro
Secretaria Municipal do Meio Ambiente - RJ
Avaliação do impacto da poluição atmosférica no Estado do Rio de Janeiro sob a visão da saúde. Outubro/2014 –Instituto Saúde e Sustentabilidade – ISS.
Site do Ministério do Meio Ambiente
WWF

 
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