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Affonso Penna: inovou ao nomear ministros com requisitos técnicos, mas não fugiu ao contexto ao privilegiar os cafeicultores
30 Novembro 2020 | Por Larissa Altoé
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Foto oficial da Galeria de Presidentes, 1906. Domínio Público

Affonso Penna foi Presidente da República entre 1906 e 1909, quando morreu aos 55 anos de uma forte pneumonia, agravada pela perda de um filho e um irmão. Mineiro, de Santa Bárbara, faleceu no Palácio do Catete, na época, sede do Governo Federal e residência presidencial. Filho de família abastada (proprietários de mina de ouro e fábrica têxtil), Affonso Penna formou-se em Direito em São Paulo. Viveu a transição do regime monárquico para o republicano no Brasil. Ocupou diversos cargos importantes no Império, assinando a Lei do Sexagenário (liberdade para os escravizados maiores de 60 anos) em 28 de setembro de 1885, quando era Ministro da Justiça do Império.

Depois da Proclamação da República, governou o estado de Minas Gerais, onde promoveu a construção de estradas de ferro, criou a Faculdade de Direito de Ouro Preto (que era a capital do estado) e assinou a lei para a construção da nova capital mineira – Belo Horizonte.

Affonso Penna foi vice-presidente da República no governo Rodrigues Alves (1902-06) e, em seguida, foi eleito Presidente. Antes de assumir o cargo, Affonso Penna viajou por três meses por diversos estados do país para conhecer melhor a realidade nacional. Esteve em 18 capitais e formou seu ministério levando em consideração aspectos técnicos de profissionais que conheceu durante a viagem pelo país.

Durante seu governo, reaparelhou ferrovias e portos, financiou a ligação telegráfica entre o Rio de Janeiro e a Amazônia (liderada por Cândido Rondon), e também aprovou uma política que beneficiou os produtores de café, comprando, com dinheiro público, o excesso do produto no mercado, causando a sua valorização. As sacas de café compradas pelo governo brasileiro foram posteriormente queimadas.

Affonso Penna no contexto da Primeira República

Esse modelo de política pública que beneficia apenas um determinado grupo social, foi característico da Primeira República. Quem explica é a professora de História da escola municipal da qual Affonso Penna é patrono, na 2ª CRE, Tatiane Tereza. A professora mantém um canal no YouTube e dedica 7 aulas, de 8 minutos cada, para o tema Primeira República. O conteúdo é voltado principalmente para o 9º ano.

Charge de Leônidas para a revista O Malho, 29/10/1904 (acervo Fiocruz)

Quem assiste às aulas on-line da professora de História da E.M. Affonso Penna no YouTube entende que o contexto da Primeira República se caracterizava pelo favorecimento de certos grupos da elite brasileira, como era o caso dos produtores de café.

Tatiane explica também em suas aulas on-line que a população, nesse período, manifestava seu descontentamento com o estado de coisas, tanto nas cidades quanto nas áreas rurais, sendo invariavelmente reprimida de forma violenta, muitas vezes, fatal. A professora cita como exemplos desse descontentamento diversas manifestações ocorridas no país, como a Revolta da Vacina (a campanha sanitária "foi a gota d'água para a população que havia sido desalojada pela reforma urbana de Pereira Passos"), da Chibata (contra os castigos físicos na Marinha) e também a organização operária (luta por melhores condições de trabalho), todas as três no Rio de Janeiro. No campo, a professora lembra de Canudos, na Bahia; da Guerra do Contestado, na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina; e, do cangaço, no sertão nordestino.

Mais informações sobre esses movimentos podem ser encontrados no Portal MultiRio:

A Revolta da Vacina

A Revolta da Chibata

Espanhóis no Brasil: o início da luta por uma jornada de trabalho mais humana

A Guerra de Canudos

Guerra do Contestado

Cangaço

Fontes:

VISCARDI, Claudia Maria Ribeiro. Afonso Pena. Cpdoc, FGV.

Sites do Arquivo Nacional e da Biblioteca Nacional.

ROSSINI, Gabriel Almeida Antunes. Convênio de Taubté. Cpdoc, FGV.

 
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