Corremos o risco de sermos engolidos por um buraco-negro? Há vida fora da Terra? Por que Plutão virou planeta-anão? Por que a Lua tem tantas crateras? Essas foram as perguntas mais recorrentes feitas pelos alunos da E.M. Cândido Portinari (11ª CRE), durante a visita do projeto Astrônomo Vai à Escola, realizado pela Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.
Durante a visita, o astrônomo Paulo César Pereira exibiu uma sessão do vídeo Uma Aventura no Planetário, que aborda assuntos – como a Terra, o sistema solar, os planetas, as galáxias, as estrelas e as constelações – que complementam as orientações curriculares das disciplinas de Geografia e Ciências. O evento, segundo a diretora da unidade, Jacqueline Franco da Costa, veio a calhar com o Projeto Político-Pedagógico da escola (PPP): Cidadão Planetário. “Nosso PPP tem a meta de formar alunos que reflitam sobre tudo o que está a sua volta, incluindo o planeta e a necessidade de preservação ambiental”, explicou.
Os dois projetos – da escola e do Planetário – têm mesmo tudo a ver. Ao responder às várias perguntas sobre as chances de a Terra ser tragada por um buraco negro, o astrônomo foi contundente: “Não existe esse risco. O mais próximo deles está muito longe do sistema solar. E o Sol é uma estrela anã. Só as gigantes, quando morrem, dão origem às supernovas, que podem virar uma estrela de nêutrons ou um buraco negro. Na perspectiva de um futuro não tão distante, eu diria que o grande perigo para a Terra somos nós mesmos, que não cuidamos adequadamente do seu equilíbrio”.
Horizontes e verdades
Depois dos buracos negros, a existência de vida fora da Terra foi o tema sobre o qual os alunos mais mostraram curiosidade. “É muito provável que haja outros seres vivos no universo, mas ainda não temos nenhuma prova disso”, afirmou Paulo César, acrescentando que é preciso abrir os horizontes sobre o assunto: “Não podemos só pensar em criaturas semelhantes ao homem, que nos visitam em naves espaciais. Uma vida complexa como a que existe na Terra não é trivial. Houve uma rara combinação de fatores e de elementos químicos que propiciaram isso. Quando abordamos essa hipótese, temos que ir além da caixinha e imaginarmos todas as possibilidades. Micro-organismos, por exemplo, também são formas de vida”.
Na verdade – continuou o astrônomo – quando se investiga o universo, é preciso ampliar a imaginação. Quem um dia conjecturou sobre a possibilidade de um vulcão expelir gelo em vez de fogo? Pois foi isso o que descobriram em Plutão, um corpo celeste que, aliás, mostrou ser objeto da curiosidade de muitos alunos. “Por que ele virou planeta-anão?”, queriam saber vários deles.
“Plutão sempre teve particularidades diferentes dos demais planetas, como a sua trajetória em torno do Sol. Com o aprofundamento da investigação, viu-se que há outros objetos pequenos com as mesmas características, no sistema solar: Ceres, Haumea, Makemake e Éris. Então, optou-se por criar uma categoria específica para eles”, esclareceu.
Paulo César explicou que a ciência vai mudando sua visão sobre o universo e os astros, conforme o conhecimento se aprofunda e novas tecnologias de observação do céu se tornam disponíveis. Há 500 anos, o Sol e a Lua, por exemplo, eram tidos como planetas. Com os telescópios, pôde-se provar que não eram. Ou seja, as verdades científicas não são absolutas. Elas mudam no transcorrer do tempo, mas, diferentemente do senso comum, são sempre baseadas em prolongada e criteriosa investigação e busca de comprovações.
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