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Parceria com Universidade de Stanford renova prática pedagógica de professores de Matemática
24 Maio 2018 | Por Márcia Pimentel
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Professores de Matemática da Rede em aula de pós-graduação, na UVA. Divulgação, EPF

Os 12 professores da Rede Municipal de Ensino que participam do PED Brasil – Projeto de Especialização de Docentes de Matemática a partir de método pedagógico desenvolvido pela Universidade de Stanford, na Califórnia – já percebem o impacto que os novos conhecimentos adquiridos durante o curso estão provocando em suas salas de aula. A melhoria da aprendizagem e o aumento do foco dos alunos são alguns dos efeitos práticos sentidos por eles. Outros 25 professores também ingressam na pós-graduação, neste mês de maio, e a ideia da Escola de Formação Paulo Freire (EPF), que está financiando a especialização, é que os 37 docentes das duas turmas se transformem em multiplicadores do método nas escolas do Município.

Um dos diferenciais da pedagogia desenvolvida pela Universidade de Stanford reside, segundo Vânia Alves, da Gerência de Fomento à Pesquisa da EPF, no trato das relações humanas dos professores com os alunos e os responsáveis. “Ajuda muito a aprendizagem quando se compreende a cultura familiar e se valoriza cada aluno. Todo mundo tem um potencial, até mesmo aquele que tem pior desempenho acadêmico. E, quando o docente capta isso e telefona para a família para elogiar o que ele tem de melhor, ocorre uma mudança de comportamento positiva, pois os responsáveis passam a valorizar mais a criança”, explica.

Sérgio Gomes da Silva, professor de Matemática do Ginásio Carioca Sindicalista Chico Mendes (10ª CRE), localizado em Santa Cruz, é testemunha disso. Diz que sua relação com os alunos mudou muito desde que ingressou na pós-graduação do PED Brasil. “Esse curso está me renovando e me fazendo rever vários conceitos. Eu não gostava muito de ouvir os alunos, porque achava que eles faziam corpo mole e queriam me enrolar. Hoje, estou muito mais flexível, mudei a maneira de abordá-los e de me portar diante deles”, afirma.

Gestão da aprendizagem

Outro diferencial do método Stanford diz respeito à gestão da sala de aula e à maneira de ensinar Matemática. Vânia Maia explica que os conteúdos são dados de forma dinâmica, bem diferente da fórmula clássica de alunos ouvindo a explicação que o professor escreve no quadro-negro. “A cada aula as turmas são divididas em grupos, que tentarão resolver um desafio. As questões a serem respondidas vão do nível mais baixo ao mais alto. Como existe uma estratégia na composição de cada grupo, sempre haverá alguém que conseguirá responder às questões mais difíceis. E, quem não consegue, aprenderá com ele”, elucida.

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As atividades do curso são feitas em grupo. Divulgação EPF

Ainda segundo Vânia, muitos outros frutos são colhidos a partir desse método de trabalho, como, por exemplo, a melhoria da convivência entre os alunos. O professor Moacyr Silva de Castro, da E.M. Visconde do Rio Branco (9ª CRE), localizada em Campo Grande, cita outros ganhos: “Muitas vezes me surpreendo com a maneira como as questões do desafio são respondidas. Alguns conseguem encontrar a solução por um caminho que eu sequer tinha imaginado. Está sendo fantástico perceber como a observação de cada um tem um olhar diferente”.

Isso não significa que os caminhos matemáticos descobertos pelos alunos são encontrados magicamente. O gerenciamento, a acessibilidade e a disponibilidade do professor, o clima estabelecido em sala de aula, os materiais disponibilizados para os estudantes explorarem – tudo isso tem impacto na aprendizagem. “O embasamento teórico que estou ganhando nesse curso permite que eu aprofunde o planejamento e tenha melhor gestão da sala de aula. Minha prática pedagógica está ficando bem mais refinada e os alunos estão participando muito mais. Com isso, a avaliação do desempenho deles se torna muito mais ampla, vai muito além da nota de um teste ou prova”, explica Moacyr.

Mentor

O curso de pós-graduação acontece na Universidade Veiga de Almeida, unidade de ensino superior do Rio de Janeiro que tem convênio com a Universidade de Stanford e possui vários docentes treinados no método. Na Califórnia, o curso vem sendo dado a professores aprovados na rede pública e funciona como um estágio antes de eles assumirem a titularidade da sala de aula.

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Professores estão motivados com a renovação do conhecimento. Divulgação, EPF

Como aqui, todos os 12 professores que fazem a pós-graduação já lecionam na Rede Municipal, eles aplicam a metodologia diretamente em suas turmas. Para avaliá-los, há um mentor que analisa o trabalho realizado, tanto no aspecto pedagógico, como no conhecimento matemático. Isso é feito por meio de filmagem das aulas. “O curso funciona como uma residência médica, onde o aluno, já formado, exerce a profissão orientado por um professor pós-graduado, com grande experiência prática e amplo conhecimento teórico”, explica Vânia Maia, entusiasmada com os resultados que vêm sendo obtidos. “É surpreendente como as aulas se tornam muito mais agradáveis com esse método”.

De fato, o aumento do foco e do interesse bem como a melhoria no desempenho acadêmico dos alunos parece ser um consenso entre os professores que estão fazendo o curso de especialização. “Eles estão gostando da nova maneira de eu apresentar os assuntos para eles. Vejo-os muito mais motivados”, reconhece Sérgio Gomes da Silva, do Ginásio Carioca Sindicalista Chico Mendes. “Além de mais participativos, percebo que meus alunos mudaram a perspectiva em relação às aulas, à avaliação... Tirar uma nota não muito satisfatória na prova não causa tanto impacto para quem tem consciência de que conhece o assunto, pois sabe que foi apenas um tropeço”, diz Moacyr, da E.M. Visconde do Rio Branco.

 
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