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Formação de professores e adequação docente no Brasil
13 Dezembro 2017 | Por Sandra Machado
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De acordo com o livro Formação de Professores no Brasil, a função social do professor é a maior entre as demais profissões (Fonte: Freepik.com)

É consenso entre especialistas de todo o mundo que nenhum outro fator contribui mais para que os alunos aprendam do que a figura do professor. Não é a forma como o espaço da sala de aula está organizado ou se a escola dispõe de recursos tecnológicos menos ou mais avançados. O que faz realmente a diferença na aprendizagem das crianças são as competências e habilidades adquiridas pelos seus mestres, seja na formação inicial, seja na continuada. 

Formação descolada da realidade

O livro Formação de Professores no Brasil – Diagnóstico, Agenda de Políticas e Estratégias Para a Mudança é resultado de uma pesquisa realizada em 2015 e coordenada por Fernando Luiz Abrucio, professor da Fundação Getúlio Vargas. Uma das principais conclusões do estudo é que faltam políticas docentes capazes de formar, atrair e manter em sala de aula os melhores profissionais. 

Capa da publicação (Fonte: Site Todos Pela Educação)

O perfil dos alunos de Pedagogia e licenciaturas, hoje, é de quem frequentou a Educação Básica, em sua maioria, em escolas públicas, e tem família de menor nível socioeconômico. Já em desvantagem pelo seu baixo grau de capital social, esse aluno tem, ainda, dificuldade de acumular aprendizado prático, porque vai, em grande parte, para instituições privadas de ensino superior, seja no período noturno, seja em cursos de Educação a Distância (EaD). O modelo tem sido útil para atender regiões geográficas sem acesso à educação superior presencial e, também, àquelas pessoas já inseridas no mercado de trabalho e com tempo livre escasso. Mas tão importante quanto aumentar a escolaridade dos professores é atrelar a reflexão pedagógica aos instrumentos de ensino, por meio de estrutura metodológica. 

Relatório Adequação da Formação Docente

Publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em maio de 2017, esse relatório traz indicadores que relacionam a formação do professor e a disciplina que ele leciona. O documento trabalha com dois recortes: anos iniciais do Ensino Fundamental e anos finais do Ensino Médio, referentes à rede pública de ensino. Embora não dimensione o atual déficit de professores em números absolutos, a pesquisa explora a adequação dos professores em atividade à demanda atual e revela dados surpreendentes.

Para contemplar todas as possibilidades encontradas durante a realização do Censo da Educação Básica 2016, o total de docentes efetivos do Ensino Fundamental em exercício foi dividido em cinco categorias. Na primeira (Grupo 1), que é a situação ideal, está quem possui licenciatura na mesma disciplina que leciona; ou bacharelado também na mesma disciplina, com curso de complementação pedagógica concluído – Licenciatura em Língua Portuguesa e aulas em Língua Portuguesa, por exemplo. Na segunda categoria (Grupo 2) fica quem tem bacharelado na disciplina correspondente, mas sem licenciatura nem complementação pedagógica. Seria o caso do profissional formado em Matemática que dá aulas nesta matéria. Na terceira (Grupo 3), o professor tem licenciatura em área diferente daquela em que leciona, ou bacharelado nas disciplinas da base curricular comum e complementação pedagógica concluída em área diferente daquela que leciona – um professor de Língua Portuguesa que dá aulas de História, por exemplo. Na quarta categoria (Grupo 4), o docente tem formação superior afim com a matéria que leciona, mas sem bacharelado nas disciplinas da base curricular. Por fim, no Grupo 5, o professor não possui curso superior completo, tem apenas o curso Normal, num percentual que gira em torno de pouco mais de 18%, na maior parte das disciplinas.

Na tabela a seguir, chama atenção a situação do ensino de Língua Estrangeira. Embora numericamente menos relevante (12.871 docentes), o percentual de professores em exercício com formação inadequada (72,5%) impressiona.

Tabela 1 – Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Rede Pública de Ensino

Tabela1

Quanto ao perfil de quem frequenta os cursos de licenciatura, foi analisada a distribuição dos 1.471.930 alunos em relação ao gênero (71,6% mulheres e 28,4% homens) e categoria da Instituição de Ensino Superior (39,3% públicas e 60,7% privadas).

Tabela 2 – Número e Frequência de Matrículas e Concluintes dos 20 Maiores Cursos de Graduação em Licenciatura

Fonte: Inep/MEC

 
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