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Aberta a V Semana de Alfabetização
18 Setembro 2017 | Por Sandra Machado
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"A leitura e a escrita das crianças na ciência, na arte e na vida.” Esse é o tema da V Semana de Alfabetização da Cidade do Rio de Janeiro, que se realiza de 18 a 22 de setembro na Escola de Formação do Professor Carioca – Paulo Freire. Na cerimônia oficial de abertura do evento, foi reforçada a necessidade da construção coletiva de uma proposta para ações articuladas dentro da Secretaria Municipal de Educação (SME). “O projeto de alfabetização é a prioridade das prioridades”, enfatizou o secretário César Benjamin, lembrando que essa não é uma responsabilidade exclusiva do professor.

O secretário de Educação, César Benjamin, abriu o evento destacando a alfabetização como prioridade. A seu lado, a subsecretária de Ensino, Nazareth Vasconcellos, e a gerente de Alfabetização, Cristina Lima (Foto: Alberto Jacob Filho)

Por isso mesmo, a SME quer oferecer o suporte de psicólogos e assistentes sociais da Rede Pública Municipal de Ensino para o trabalho com as crianças matriculadas nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, além de estabelecer a meta de dois mil professores alfabetizadores, escolhidos entre “os melhores e mais experientes”, conforme destacou o secretário. A subsecretária de Ensino, Nazareth Vasconcellos, ressaltou a magnitude da empreitada, enquanto a gerente de Alfabetização, Cristina Lima, afirmou ser fundamental essa pausa para refletir a respeito do processo que tem sido desenvolvido desde o início de 2017, com a oportunidade de apresentação e troca de experiências entre os professores.

Apropriação da importância da escrita

Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Antonio Gomes Senna proferiu a primeira conferência do evento, destacando o distanciamento que existe entre a formação, a pesquisa universitária e a necessidade real dos professores em sala de aula, principalmente quando o assunto é alfabetização. “Nós na universidade não estamos preparando direito os professores. A área mais fragilizada é a didática.” Para Senna, que é doutor em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), antes de mais nada é preciso compreender quem é esse aluno que não consegue se alfabetizar e, principalmente, aprender a escrever. “Uma criança de 6 anos que esteja inserida num universo familiar que não dá valor à cultura escrita e que não tem nenhum lazer que envolva leitura não reconhece a necessidade da escrita. A criança necessita ser levada a desejar aprender a escrever, e o professor precisa negociar a escrita com ela. O aluno só começa a construir um sentido da escrita bem mais tarde, na perspectiva de integração à prática laboral, quando está diante do mercado de trabalho.” 

Luiz Antonio Gomes Senna considera a alfabetização uma demanda social (Foto: Alberto Jacob Filho)

O especialista também revelou preocupação com o fenômeno que chamou de “fantasma da medicalização”, ou seja, a suposição de que o aluno não aprende porque tem algum tipo de deficiência e deve tomar remédios. Na mesma linha, Senna buscou desmistificar alguns conceitos, iniciando por afirmar que a alfabetização não é apenas uma demanda escolar, mas uma demanda social. “A escola sozinha não alfabetiza ninguém. A criança precisa ser vista como um sujeito social. Suas condições de vida também determinam as bases da alfabetização.”

Senna está convencido de que não existe fórmula mágica capaz de garantir a alfabetização, lembrando que a criança resiste a construir especialmente a competência da escrita. Para ele, mais importante do que definir qual o método mais eficaz para ensinar a ler, escrever e fazer as operações matemáticas básicas é que o professor pense em termos de processo, domine todas as metodologias possíveis e seja capaz de aplicá-las às diferentes culturas presentes na cidade simultaneamente. “Precisamos desse empoderamento do papel do alfabetizador.” Com essa mudança de mentalidade, professores que tradicionalmente não têm envolvimento direto com a alfabetização passam a contribuir mais para que exista um contexto alfabetizador, organizando atividades e sensibilizando as crianças.

 
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