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Alunos da E.M. Finlândia dão um show na peça Jovens Urbanos
14 Julho 2017 | Por Fernanda Fernandes
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Trecho do convite da peça

Liderada por Renato Russo, a banda Legião Urbana surgiu no início da década de 1980. Nessa época, nenhum dos 40 alunos (7º ao 9º ano) da disciplina eletiva de Teatro da E.M. Finlândia (7ª CRE), em Jacarepaguá, havia nascido. Nem mesmo Leandro Ferreira – mais conhecido como Léo Ferreira –, que comanda a eletiva. No entanto, a sensibilidade e a contemporaneidade das letras de Renato Russo fizeram com que o professor levasse o universo da Legião aos estudantes por meio da montagem da peça Jovens Urbanos, apresentada no último dia 7, no pátio da escola.

“A eletiva começou neste ano, depois de um 2016 muito tenso no cenário político e social do país. Pensei, então, em abordar essas questões com os alunos. Mas achei que alguém falaria melhor do que eu: a Legião Urbana. Vi as músicas como um canal de comunicação fácil e poderoso, que poderia alcançar melhor a mim, aos próprios jovens e a seus responsáveis”, afirmou o professor.

Livremente inspirado na “discografia poética” da banda, o espetáculo mescla teatro, dança e música, em cenas que referenciam canções como Pais e Filhos, Tempo Perdido, Eduardo e Mônica, Será, Vento no Litoral e Que País É Esse?.

Os alunos trabalharam no projeto durante pouco mais de quatro meses, debruçando-se sobre as letras das músicas, dedicando-se à dança e à interpretação e até mesmo discutindo cenário e figurino.

“Eles adquiriram maturidade, aprenderam a pensar como grupo e – o principal – aprenderam a agir como protagonistas. O objetivo da escola é justamente despertar o protagonismo dos jovens. E a Legião Urbana diz isso nas canções, reforça que esses jovens devem agir na sociedade. E se eles têm que agir, o meu papel, como educador, é colocá-los em ação”, explicou o professor, que é paraense e está há apenas um ano na escola.

Ator, produtor e diretor teatral, Léo Ferreira já ganhou prêmio de melhor diretor no 29º Fitub – Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau – e menção honrosa no Feto – Festival de Teatro Estudantil, pela capacidade de mobilização.

Professor faz discurso, ao final da peça, com o grupo reunido (Foto: Alberto Jacob Filho)

Na E.M. Finlândia, ele também leciona Geografia para o 7º e o 8º anos. “O conteúdo da Geografia casa perfeitamente com o teatro político, fazendo com que não se trate ‘apenas’ de entretenimento. Durante o processo de encantamento – usado na Educação –, os alunos tomaram o projeto para eles e compraram a ideia”, orgulha-se o professor.

No encerramento da peça, Léo fez um discurso sobre política, educação e corrupção, agradeceu o apoio dos outros professores da escola e exaltou a dedicação dos alunos, prometendo voos mais longos com a peça. “Quero fazer esse espetáculo circular fora daqui, por escolas e teatros do Rio, e, quem sabe, até viajar pelo país. Vocês acreditam em mim?”, indagou, obtendo resposta afirmativa e eufórica dos alunos.

“Quero levar a peça ao Festival Nacional de Teatro Estudantil, que acontece em Belo Horizonte, Minas Gerais, e a outros festivais”, revelou.

Um dos destaques da peça, a aluna Lívia Soares Santana, 14 anos, parecia já ter intimidade com os palcos, apesar de revelar um “frio na barriga”. “Fiquei um pouco nervosa, mas consegui superar minha timidez. Já fiz algumas peças na igreja que frequento. Poder apresentar esse espetáculo fora da escola seria muito legal! Dá certo medo, mas estou muito animada com essa possibilidade.”

Veja, abaixo, um trecho protagonizado pela aluna, que interpretou a mãe de dois adolescentes. 

 

 Foi ao trabalhar na peça que Lívia passou a conhecer mais a Legião Urbana. “Comecei a prestar atenção e a analisar as letras, que, apesar de antigas, são muito atuais. A peça abriu a minha mente: temos que estar atentos e agir. Quem roubou nossa coragem?”, questiona, usando verso da música Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto.

Para o aluno Gabriel Crespo, 15 anos, o engajamento dos alunos na peça se deve ao empenho e à dedicação do professor Léo Ferreira. “Temos uma relação muito boa. Quando ele começa algo, sempre quer terminar muito bem. E isso nos deu mais vontade ainda de fazer a peça!”

Confira alguns momentos do espetáculo Jovens Urbanos no vídeo a seguir. 

 

 

 
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