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Formação em Língua Portuguesa on-line e concurso literário
24 Maio 2017 | Por Larissa Altoé
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A Olimpíada de Língua Portuguesa é bienal. A próxima acontecerá em 2018

Professores têm à sua disposição um ambiente digital para aperfeiçoamento contínuo no endereço escrevendoofuturo.org.br. O objetivo da iniciativa é melhorar a leitura e a escrita de alunos de escolas públicas brasileiras. Desde 2002, mais de 16 mil professores fizeram os cursos gratuitos, que utilizam tanto a mediação quanto a participação autônoma e a troca de experiência entre os profissionais, com certificado de participação.

Maria Aparecida Laginestra, coordenadora da equipe do Programa Escrevendo o Futuro, explica as motivações da iniciativa: “O professor brasileiro do Ensino Fundamental e Médio trabalha muito sozinho. Buscamos apoiá-lo com material pedagógico e formação continuada, e queremos ajudá-lo na prática da sala de aula. Nesse sentido, nossos cadernos pedagógicos oferecem uma sequência didática, organizada em oficinas, que contribuem para o processo de ensino-aprendizagem da leitura escrita e oralidade. Estimulamos o professor a ensinar que o escrever sempre se destina a alguém ou, pelo menos, tem uma intencionalidade, uma motivação. Portanto, a forma de escrever dependerá do interlocutor, da intenção que se quer atingir. A revisão e a reescrita são necessárias no trabalho de produção textual. É preciso também alimentar-se de boas referências, ler autores que produziram exemplos de textos que se quer desenvolver.”

Uma das possibilidades de aperfeiçoamento é o Caminhos da Escrita, com duração de 14 semanas, no qual o professor elabora um projeto de letramento para ser realizado em sala de aula. Nesse caso, são recomendadas seis horas semanais de dedicação. Outro curso disponível é o Leitura Vai, Escrita Vem, com estratégias para aproximar o estudante dos livros literários e duração de oito semanas.

No site, também é possível tirar dúvidas sobre a prática em sala de aula e se inspirar para enfrentar situações difíceis, seja por meio de perguntas enviadas ou assistindo à sessão de maior sucesso atualmente – Pérolas da Imaculada.

Maria Imaculada Pereira, uma professora mineira radicada em São Paulo, 35 anos dedicados ao ensino público, compartilha suas soluções de sucesso no trabalho. Um de seus relatos é sobre o dia em que ensinou alunos do EJA a redigir um abaixo-assinado. Diz ela no vídeo: “A turma estava em polvorosa porque a direção não havia permitido que alunos-trabalhadores chegassem no segundo horário. Eles teriam que desistir dos estudos, mais uma vez. Mesmo frustrada em abandonar meu planejamento, parei para entender o que os estava deixando inquietos e como poderíamos resolver a questão. Chegamos à conclusão de que fariam um abaixo-assinado, já que não haviam resolvido oralmente. Com minha orientação, redigiram o documento e recolheram assinaturas de todos que pleiteavam a autorização, obtendo resultado positivo. E o mais importante: entenderam, na prática, como a escrita pode resolver problemas da vida cotidiana. A escrita é um bem social!” Todos os depoimentos de Maria Imaculada mostram como ela se esforça para criar vínculos com as turmas em que leciona e, desse modo, conseguir ensinar a Língua Portuguesa com bom humor.

Olimpíada Nacional de Língua Portuguesa

Em 2008, o Escrevendo o Futuro se ampliou e passou a promover, em parceria com o Ministério da Educação, a Olimpíada de Língua Portuguesa, destinada, exclusivamente, a estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio da rede pública.

A Olimpíada é bienal e a sexta edição acontecerá em 2018. O tema para o texto a ser produzido tem sido o mesmo todos os anos: “O lugar onde vivo”. Com isso, espera-se que os alunos estreitem vínculos com suas comunidades, conheçam melhor a realidade local e desenvolvam a própria cidadania. O gênero literário desenvolvido é que muda conforme o ano escolar: na última edição, os que estavam no 5º e 6º anos do Ensino Fundamental escreveram poemas; os do 7º e 8º anos, memórias literárias; os do 9º ano, crônica. Os alunos do Ensino Médio dedicaram-se à crônica (1º ano) e ao artigo de opinião (2º e 3º anos).

Em 2016, participaram do concurso 81 mil professores de 39 mil escolas de todas as regiões do Brasil. É necessária a adesão da Secretaria Municipal de Educação, por meio do preenchimento de uma ficha no site da organização do evento. Os professores, por sua vez, indicam com quais turmas e escolas irão trabalhar e, além de preparar os alunos para o concurso, concorrem com seus relatos da prática desse processo.

A fase final da quinta edição da Olimpíada aconteceu em São Paulo, com 152 alunos finalistas, seus responsáveis, professores e diretores das escolas escolhidas. Um dos alunos finalistas foi Marcos Antônio Pereira Júnior, do 6º ano da E.M. Tenente Góes Monteiro (9ª CRE), em Santíssimo, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Marcos Antônio concorreu com o poema Rio É Ouro, É Prata, É Bronze!, pelo qual recebeu um tablet, como todos os estudantes e professores orientadores que conquistaram a etapa regional.

Isís de Oliveira, formada em Pedagogia e professora de Ensino Fundamental, preparou Marcos Antônio para o desafio. “Participo do concurso desde 2010 porque as crianças tinham dificuldade em escrever e gostavam de poesia. Então, uni o útil ao agradável. No primeiro ano, um aluno meu foi selecionado na etapa municipal; em 2014, conseguimos chegar à etapa estadual e, em 2016, Marcos Antônio foi à final. Ficamos muito felizes, participamos dos encontros na Bahia, por ocasião da etapa regional, e em Brasília, na final.” Na quinta edição da Olimpíada, o município do Rio teve ainda um semifinalista na categoria Memórias Literárias – Vinicio Gonçalves, sob supervisão da professora Ana Paula Michylles, da E.M. Alzira Araújo (9ª CRE), em Campo Grande.

Em Brasília, foram anunciados os 20 vencedores nacionais (cinco primeiros colocados em cada gênero literário), que fizeram jus a notebooks e impressoras. As escolas de origem também foram premiadas na etapa nacional, cada uma delas com dez microcomputadores, uma impressora, um projetor multimídia, telão e livros.

Maria Aparecida Laginestra diz que para a Olimpíada de 2018 deve haver algumas modificações no regulamento, já que toda edição é ajustada a partir das experiências dos anos anteriores.

 
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