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E.M. General Humberto de Souza Mello vence o 5º Festival Curta na Uerj
09 Dezembro 2016 | Por Fernanda Fernandes
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Animação A Horta

A E.M. General Humberto de Souza Mello, do Maracanã (2ª CRE), ficou em primeiro lugar, por avaliação do júri especializado, na categoria Teen (para autores de 12 a 17 anos) do 5º Festival Curta na Uerj, com a animação A Horta. O vídeo, resultado de um projeto de horta agroecológica desenvolvido, em 2014/2015, pela professora Vera Nácia Duarte Franco e os alunos da turma 1.501, mostra como cultivar uma horta orgânica, separar o lixo e fazer uma composteira.

Como prêmio, a escola levou uma câmera digital e uma bolsa de estudos individual de 50% nos cursos de Comunicação, Cultura e Idiomas do Senac Rio. E vai receber, ainda, dentro de suas instalações, uma oficina gratuita de Introdução a Fotografia Digital, oferecida pela mesma instituição.

Além de A Horta, a E.M. General Humberto de Souza Mello concorreu com o documentário Estação Primeira, que conta a história da comunidade da Mangueira. O trabalho, também realizado em 2015, foi feito por alunos da mesma turma (antiga 1.401), junto com a professora Vera, em homenagem aos 450 anos do Rio de Janeiro.

Foto: cineclubesmerj.blogspot.com.br

Outra escola da Rede Municipal teve participação de destaque no festival: o Ciep Armindo Marcílio Doutel de Andrade, de Campo Grande (9ª CRE), concorreu com o vídeo Provas de Amor, o mais votado por júri popular via internet, também na categoria Teen. O filme fala de amor, honestidade e superação nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Como prêmio, a escola ganhou uma bolsa de estudos de 50% no Senac Rio.

O Curta na Uerj é um concurso anual de vídeo e animação promovido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A edição de 2016 teve como tema “O que transforma o mundo?”, incitando o pensamento sobre as diversas maneiras inspiradoras de tornar o mundo um lugar melhor e fazer a diferença. As produções foram avaliadas de acordo com a adequação ao tema do concurso, a originalidade e a estrutura narrativa (capacidade de transmitir uma ideia com clareza).

A Horta: da sala de aula às telas

Quando soube do festival da Uerj, a professora Vera Nácia não teve dúvidas de que seria uma ótima oportunidade para produzir um vídeo com seus alunos. Sempre atenta a competições desse tipo, por todo o país – e até fora do Brasil! –, ela levou a ideia aos estudantes, que se entusiasmaram na hora. “Pensamos em falar sobre a horta porque é um projeto que existe há mais de um ano na escola, faz parte do dia a dia deles”, conta Vera, que, ao trabalhar o conteúdo das aulas de Ciências, apostou na ideia de fazer uma horta na escola.

Foto: Arquivo da escola

“Mostrei que era possível usar restos de alimentos e cascas na composteira. Plantamos em caixotes de feira. Eles adoraram ‘colocar a mão na massa’! Alguns amigos doaram terra, minhoca e sementes e pudemos colocar tudo em prática. A partir daí, teve início um trabalho bem mais amplo, que foi do plantio ao incentivo de uma alimentação saudável”, explica a professora.

Temperos como coentro, cebolinha, salsa e manjericão, ervas medicinais, entre as quais erva-doce, erva-cidreira e boldo, e até pimentão, abóbora e maracujá nasceram na horta da escola.

Segundo Vera, pais e responsáveis não só compraram a ideia, como amaram os resultados. “Algumas mães vieram me falar que os filhos odiavam Ciências e que não só passaram a amar, como aprenderam muito e mostram-se cada vez mais curiosos.” Até as reuniões de pais na escola, ao longo de um ano, tinham nomes relacionados ao projeto, como “semeadura” e “colheita”.

Na hora de planejar e produzir o vídeo, os estudantes propuseram que fossem usados dois bonecos de pano, que integrariam um teatro de fantoches da turma. “Eu disse a eles que daria trabalho manipular os bonecos, mas eles insistiram! Fizeram muitas propostas, soltaram a criatividade e apresentaram, de maneira incrível, soluções para todos os problemas!”, relembra a professora, dizendo que a avó de um dos alunos fez as roupas, pernas e sapatos dos bonecos.

Foto: Arquivo da escola

Para colocar tudo em prática, Vera dividiu a turma por grupos de interesse: manipulação de boneco, cenário, câmera etc. Uma oficina de poesia, realizada na mesma época, inspirou os estudantes a escrever o texto da animação nesse formato, para torná-la mais atraente.

Originalmente professora de Ciências, Vera Nácia não dominava nenhuma técnica de edição, mas, nos últimos anos, estudou, pesquisou e participou de uma oficina do Anima Mundi, aos sábados. “Tudo se aprende! E quando você se apaixona por alguma coisa, é fácil contaminar os outros. Toda semana aprendia uma técnica nova e apresentava aos alunos na segunda-feira. Eles ficavam ansiosos para saber como havia sido minha aula!”

Outras produções já foram feitas pela professora com suas turmas. No final de novembro, por exemplo, a escola foi selecionada para participar da 6ª Mostra Audiovisual Estudantil Joaquim Venâncio, com o documentário Estação Primeira e a animação A Delicious English Class, feita em inglês, com tradução em português. “Deu até um frio na barriga! Essa mostra é como um Oscar para a escola pública! Podemos não ter tantos recursos, mas temos muita vontade de fazer!”

Professora Vera Nácia e sua turma: os responsáveis pela animação premiada (Foto: Arquivo da escola)

O curta em inglês também foi selecionado para o programa Vídeo Fórum da Mostra Geração 2016, e exibido no Festival do Rio. “A arte dá condição à criança de ter mais sensibilidade. E os alunos estão supermotivados!”

 
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