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Transformações do Rio de Janeiro, no passado e no presente, são tema de peça teatral na E.M. Finlândia
06 Dezembro 2016 | Por Fernanda Fernandes
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Foto: Arquivo da escola

Uma apresentação de teatro pode ser comumente vista nas escolas, com estudantes de diversas faixas etárias, retratando contos, histórias de ficção, cenas do cotidiano etc. Mas, quando uma peça torna-se uma superprodução baseada em muita pesquisa, muito estudo e comprometimento, o palco vira uma grande sala de aula. Foi o que aconteceu na E.M. Finlândia (7ª CRE), em Jacarepaguá, quando alunos do 9º ano apresentaram Venturas e Desventuras da Cidade Maravilhosa: uma envolvente aula de História que lotou o pátio da escola e deixou alunos e funcionários em silêncio, atentos e impressionados.

Idealizada e desenvolvida pelos professores Guiomar Cornelsen, de Língua Portuguesa, e Silvio Silva, de História, a proposta surgiu a partir do contexto dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e as transformações da cidade (infraestrutura, equipamentos e revitalização) – tema bastante trabalhado em 2016 pelas escolas do município.

A peça trata de dois momentos distintos da história do Rio de Janeiro, reforçando a semelhança entre os mesmos: a reforma urbana do prefeito Pereira Passos, em 1904; e a revitalização urbana e construção do Complexo Olímpico.

Alunos encenam protesto de moradores na Vila Autódromo

Na primeira parte da apresentação, vestidos com figurino de época, os estudantes representaram cenas de 1904, destacando o movimento que ficou conhecido pela população como o “bota-abaixo”, com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores, e os confrontos da Revolta da Vacina, em que a vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já insatisfeito com o “bota-abaixo”, se revoltasse.

Depois, os alunos abordaram a revitalização urbana e as mudanças na cidade do Rio de Janeiro em função dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, ressaltando o episódio das remoções na Vila Autódromo. “Buscamos retratar o ponto de vista social dessas transformações, os encantos e os desencantos. Não se trata apenas de uma atividade de Artes Cênicas. É uma produção cultural, com sentindo amplo, para criar consciência”, explica Silvio, professor de História.

Silvio também comentou o envolvimento e a dedicação dos jovens, que tiveram atuação convincente, real e demonstraram muita preparação. “A segunda parte da peça, em especial, trata de uma realidade vivida pela maioria desses alunos. Muitos deles moravam na Vila Autódromo e acompanharam tudo de perto. Perderam parte da história que estão começando a construir. Então, eles não apenas ‘integraram’ um elenco, mas puderam se representar como cidadãos.”

Produção reflete trabalho em equipe

Figurino foi um dos destaques da produção

Ao assistir à encenação, é impossível não se ater aos detalhes do cenário e do figurino, além da sensibilidade da trilha sonora, que foi de clássicos de Pixinguinha, Candeia e Gonzaguinha, até o Rap da Felicidade, dos Mcs Cidinho e Doca.

Segundo Silvio, as turmas foram dividas em grupos, que ficaram responsáveis por diferentes áreas da montagem do texto. Professores de outras disciplinas também participaram da produção (cenário, figurino, maquiagem etc).

Concebida há cerca de seis meses, a peça foi ensaiada durante metade desse período, inclusive aos sábados, quando a escola era aberta com esse propósito. Para a diretora, Eliana Lima Souza, o trabalho desenvolvido é motivo de muito orgulho. “Isso é uma aula de História, é formar cidadãos. Essa é a voz que queremos dar aos nossos alunos. Estou há dois anos nesta escola, conquistei, ouvi e valorizei professores e alunos, e o resultado disso tem sido incrível. Eu me emociono porque é nisso que acredito.”

 
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