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E.M. Augusto Magne vence a FLUPP Parque
24 Novembro 2016 | Por Fernanda Fernandes
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Alunos comemoram a vitória na FLUPP Parque (Foto: AF Rodrigues)

“Magne, aê, aê! Magne aê, aê!” foi o grito entoado por alunos e professores da E.M. Augusto Magne no último dia 11, na Cidade de Deus, quando venceram a FLUPP Parque – dimensão infantil e juvenil da Festa Literária das Periferias, em formato de gincana. Ao defender o gênero de contação de história, a escola levou o troféu e terá sua sala de leitura reformada e com novos livros.

Como funciona a FLUPP Parque

Durante três dias de competição, por meio de diferentes provas e brincadeiras (quizz, paródias etc), cada uma das cinco escolas municipais participantes defendeu uma linguagem.

A gincana foi precedida de um processo de formação de cerca de dois meses, durante o qual um treinador (artista do respectivo gênero) leu e discutiu com os estudantes a obra de dois autores que a escola em questão iria homenagear e defender – um vivo e um já falecido. Antes disso, os cinco autores visitaram as escolas para apresentar suas obras e biografia. 

Confira quais foram as linguagens, os autores e o treinador de cada escola: 

E.M. Alphonsus Guimaraens (Cidade de Deus)
Samba
Autor vivo: Dudu Nobre
Autor morto: Zé Kéti
Treinador: Ricardo Ribeiro

E.M. Augusto Magne (Cidade de Deus)
Contação de história
Autor vivo: Bia Bedran
Autor morto: Zé Zuca
Treinador: Hellenice Ferreira

E.M. João Batista dos Santos (Pechincha)
Funk
Autor vivo: MC Leonardo
Autor morto: MC Daleste
Treinador: MC Carolzinha

E.M. Juliano Moreira (Taquara)
Cordel
Autor vivo: Aderaldo Luciano
Autor morto: Leandro Gomes de Barros
Treinador: Edmílson Santini

E.M. Pedro Aleixo (Cidade de Deus)
Rap
Autor vivo: BNegão
Autor morto: Sabotage
Treinador: Airá Ocrespo 

Foto: AF Rodrigues

 

Assim, alunos de turmas variadas e professores de diferentes disciplinas trabalharam na concepção, criação e elaboração de atividades que englobaram pesquisa, artes plásticas, música, figurino, tecnologia, leitura, dança, o lúdico das brincadeiras e dos jogos, cenografia, teatro, além da história e da cultura da região.

Para o professor Daniel de Oliveira, do 6º ano experimental da E.M. Alphonsus Guimaraens, esse tipo de trabalho desperta o amor pela leitura e faz os alunos quererem aprender mais. “A cada dia de evento, os alunos vieram mais animados e empenhados. Minha turma caiu de cabeça nessa ideia. Em sala de aula, costumo propor atividades desse tipo, envolvendo música, teatro, dança, jogral, e eles adoram!”

MC Carolzinha, treinadora do Ciep João Batista dos Santos, também elogiou o evento, destacou a valorização do funk e deixou uma mensagem para os estudantes. “O funk pode, sim, entrar nas escolas, para mostrar que favelado tem voz. O passinho de favela é cultura de vocês. Nunca se esqueçam disso!”


E.M. Augusto Magne atribui vitória ao trabalho em equipe

Bia Bedran durante visita à E.M. Augusto Magne (Foto: AF Rodrigues)

Quando a escola vencedora foi anunciada, euforia e muita emoção tomaram conta do local. Estudantes e professores cantaram, pularam e não contiveram as lágrimas.

“O mais bonito é que eles sabiam o que estavam fazendo. Conheciam a autora, as poesias, os livros, mais até do que eu! A escola inteira veio para a FLUPP! Essa vitória aumenta a autoestima deles, mostra que são capazes e representa que todo o trabalho valeu a pena!”, disse, bastante emocionada, Eliane Carrão, professora de Sala de Leitura na E.M. Augusto Magne.

Caio Peixoto, de 11 anos, era um dos alunos mais animados e participativos. Com muita propriedade e os olhos cheios de água, comentou a vitória. “Chegamos aonde chegamos porque trabalhamos em grupo.”

Autora homenageada pela escola campeã, Bia Bedran vibrou muito ao lado das crianças da Magne. “Foi surpreendente desde o primeiro dia em que fui à escola, em setembro. Estou muito feliz e impressionada com a organização e criatividade deles. Por toda a pesquisa e o empenho que presenciei, tenho a certeza de que eles já não são mais os mesmos! Vimos hoje, aqui, o Brasil que queremos ver!”

Idealizada por Julio Ludemir e Ecio Salles, a FLUPP foi criada para ser um espaço de formação de novos leitores e autores na periferia das grandes cidades brasileiras. Desde sua primeira edição, em 2012, a festa já foi realizada no Morro dos Prazeres, em Vigário Geral, na Mangueira e na Babilônia, até chegar à Cidade de Deus, que em 2016 comemora 50 anos.

 
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