ACESSIBILIDADE
Acessibilidade: Aumentar Fonte
Acessibilidade: Tamanho Padrão de Fonte
Acessibilidade: Diminuir Fonte
Youtube
Facebook
Instagram
Twitter
Ícone do Tik Tok

Ciência cidadã inclui leigos em pesquisas
27 Setembro 2016 | Por Larissa Altoé
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp

thumblarissa

Diversos centros renomados – como a Universidade de Oxford, na Inglaterra, ou o Instituto Federal de Tecnologia de Zurich, na Alemanha, e, ainda, instituições norte-americanas e asiáticas – contam, atualmente, com a participação de pessoas sem formação específica no tratamento de informações necessárias ao trabalho científico. Ganham os especialistas, ao receber ajuda em lidar com enorme volume de informação, e também o cidadão, que mantém contato estreito com material de seu interesse e conhece mais de perto como se faz ciência.

O site Citizen Science Alliance (Aliança para a Ciência Cidadã) reúne a colaboração de cientistas, desenvolvedores de softwares e educadores que, coletivamente, atuam nas diversas etapas dos projetos, incluindo a coordenação e a utilização dos dados. Atualmente, há 46 deles disponíveis para a participação popular na plataforma on-line Zooniverse, mantida pelo site, nas seguintes áreas: artes, biologia, clima, história, linguagem, literatura, medicina, natureza, física, ciência social e espaço.

A Biblioteca Pública de Nova York, por exemplo, convida para o Emigrant City (Cidade de Imigrantes), no qual se pode contribuir com a transcrição de registros imobiliários dos séculos XIX e XX do Emigrant Saving Banks, um banco da cidade. Os coordenadores do trabalho afirmam que “Esses documentos contam sobre a vida e os sonhos daqueles que ajudaram a construir NY”.

Snapshot Serengeti (fotos em Serengeti) propõe a identificação de animais em retratos feitos por 225 câmeras instaladas no Parque Nacional de Serengeti, na Tanzânia, África Oriental. O objetivo é estudar como os animais selvagens interagem entre si no habitat natural. Uma terceira possibilidade de participação popular é o Pattern Perception (percepção de padrões), que investiga similaridades e diferenças entre padrões espaciais de variáveis hidrológicas – basicamente evaporação e temperatura. O objetivo é contribuir para um melhor entendimento das consequências hidrológicas potenciais causadas por mudanças naturais ou pelo homem. Os mapas analisados são do rio dinamarquês Skjern.

Para trabalhar voluntariamente por meio da plataforma Zooniverse é preciso ler e escrever em inglês, língua adotada nesse ambiente.

 Em português e no Rio de Janeiro

Mas nem toda ciência cidadã é feita em língua estrangeira. Há um exemplo tipicamente carioca em desenvolvimento. É o Ilhas do Rio, do Instituto Mar Adentro, que monitora cetaceosmassaranicetáceos no litoral do Rio de Janeiro. A coordenação é de Liliane Lodi, doutora em Biologia Marinha pela UFF, que, por meio da página do Facebook Onde Estão as Baleias e os Golfinhos?, chama a sociedade a colaborar com a pesquisa científica.

Os principais propósitos são: mobilizar e envolver os cidadãos na investigação participativa; recrutar voluntários para comunicarem os registros de avistagens de baleias e golfinhos em águas costeiras da cidade; e elaborar o mapeamento da biodiversidade e da distribuição de cetáceos no município. O grupo foi criado em 2013 e conta com quase cinco mil membros, pessoas de diversas cidades brasileiras e, também, da Argentina e de Portugal.

Liliane Lodi afirma que o esforço conjunto “contribui para uma melhor compreensão sobre a distribuição e os movimentos das espécies”. De acordo com ela: “Entre novembro de 2015 e março de 2016, informações compartilhadas sobre registros confirmados de ocorrência de baleias-de-bryde na região oceânica de Niterói e no município de Maricá orientaram a escolha das rotas durante as saídas dos cientistas a campo”.

Ela relata que, em três anos, foram compartilhados 183 registros de avistagem de cetáceos em águas cariocas na página da rede social, sendo a maior parte deles (28%) referentes ao golfinho-flíper. Em segundo lugar, aparece a baleia-de-bryde (24%), seguida pela baleia Jubarte (14%), pelo golfinho-de-dentes-rugosos (13%), pela Orca (10%), pelo boto cinza (4%), e pela baleia-franca-austral (1%).

Links:

citizensciencealliance.org

zooniverse.org

Onde Estão as Baleias e os Golfinhos?

 
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp