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Estaleiros se estabeleceram principalmente no Rio de Janeiro, para produzir navios da então nova tecnologia a vapor. Foto de Auguste Stahl, c. 1862. Wikimedia Commons

Nos anos 50 do século XIX, a interação de diversos fatores resultará em uma fase de melhoramentos materiais no Império do Brasil.

Naquela época crescera a popularidade do imperador D. Pedro II em meio às medidas que tentavam mudar a fisionomia do país. Por onde passava, o imperador era cercado de forma calorosa – em clara demonstração de "visibilidade da realeza", conforme afirma a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz –, reinando em um país que, então, caminhava para o que se considerava modernidade.

A extinção do tráfico negreiro – seguida, no mesmo ano de 1850, pela promulgação da Lei de Terras –, a centralização da Guarda Nacional e a aprovação do primeiro Código Comercial viabilizaram algumas mudanças importantes.

O Código Comercial, que definia e regulamentava os tipos de companhias que poderiam se instalar no Brasil, e a Lei de Terras tinham como ponto de referência a extinção do tráfico. Esta traria como consequência uma grande quantidade de recursos, antes utilizados na comercialização da mão de obra escrava africana. Quase que da noite para o dia, abriram-se outras oportunidades de negócios lucrativos.

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Com o investimento do governo em infraestrutura, novas companhias se instalaram no país. Estrada de Ferro Mauá, foto de Revert Henrique Klumb, 1860. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital

Nesse período, como efeito da Tarifa Alves Branco, de 1844, os produtos importados tiveram um aumento nas suas taxas. Assim, a arrecadação imperial obtida sobre os produtos vindos do exterior cresceu significativamente. Também, com o encarecimento das importações, produtos como velas, sabão e tecidos começaram a ser produzidos no Império.

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Uma das primeiras locomotivas a trafegar no Brasil. Foto de Benjamin R. Muloch, c. 1859. Domínio público

Investiu-se muito na estrutura do país. Bancos, caixas econômicas, companhias de seguro, empresas industriais, companhias de colonização foram se instalando, especialmente na corte e em algumas cidades mais desenvolvidas. A "boa sociedade" vivenciou, admirada, as mudanças que iam ocorrendo.