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A Conquista do Ceará

Nesta aventura colonizadora, nos primeiros anos do século XVII, Martim Soares Moreno, auxiliado pelo chefe potiguar Jacaúna, conquistou o Ceará, transformado em capitania real.

A ocupação do Ceará era dificultada pela hostilidade dos indígenas e pelo meio ambiente seco e tropical. Sobre esta rudeza climática o historiador Sérgio Buarque de Holanda comentou que os (...) "caminhantes eram castigados pelo sol abrasador e pela sede constante que a água amargosa das cacimbas mal aplacava."

Martim Soares Moreno, incumbido pelo governador geral, D. Diogo Meneses, de observar e estabelecer comunicação com os nativos, tratou de agir. Sertanista experiente, participante de outras jornadas pelo sertão, aproximou-se, aos poucos, dos índios potiguaras procurando aprender o melhor possível os usos e a língua da tribo. Ganhando a confiança e a amizade dos nativos passou a viver no meio deles.

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Um relato da época dá conta de que Soares Moreno, tendo notícia da aproximação de embarcações francesas ao longo da costa, astuciosamente, deixou que os tripulantes desprevenidos viessem à terra para então atacá-los (...) "entre seus índios, nu, de arco em punho, barba raspada e todo sarapintado a maneira deles".

A pedido do próprio Martim Soares e do chefe Jacaúna estes fatos chegaram ao conhecimento do governador geral da Bahia que, imediatamente, enviou para residirem naquele local um capelão e dez soldados. Construiu-se um reduto, o forte de São Sebastião (1611) - origem da atual cidade de Fortaleza - e, também, uma igreja em louvor a Nossa Senhora do Amparo (1612).

Martim Soares Moreno, que se tornou personagem do escritor José de Alencar, que o descreveu convivendo harmoniosamente com os índios potiguaras do Ceará, desempenhou um importante papel na consolidação do domínio da Coroa no litoral setentrional.

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